Em poucos segundos a nuvem, causada pela explosão, dissipou. O chão ao meu redor estava completamente congelado e caiam apenas alguns flocos de neve ao meu redor, não conseguia nem mesmo ver Cupid, será que havia fugido?

— Cupid?! — Gritei por seu nome, após a explosão, tudo tinha ficado branco, não tinha conseguido ver mais nada a minha frente e a última coisa que me lembrava era de Cupid assustado. — Cupid?! — Gritei mais uma vez desesperado, não queria que ele tivesse se machucado. Não muito distante de onde estava, um amontoado de neve se mexeu, ouvi alguém tossindo e dei um salto em sua direção, logo duas formas enormes se alongaram por detrás do amontoado, eram asas. Não qualquer asa, asa de dragão. Cupid estava desajeitado, tentando se livrar da neve a todo custo, foi só quando consegui ver seu rosto que consegui sorrir. Suas sobrancelhas e alguns cachos de seu cabelos estavam cobertos por neve, por um momento quase acreditei que ele pudesse ser albino.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Vai ficar rindo ou vai me ajudar a sair daqui? — Perguntou sarcástico, parei de sorrir e o ajudei a se elevar da neve deixando seu arco, que ainda estava em minha mão, no chão, o guardião esticou suas asas e com as mãos procurou afagar toda a neve que tinha. Parecia um cachorro se sacando depois de ter levado um balde de água, não pude resistir o sorriso novamente. Cupid estava bem. — Jack? — Estava novamente com uma expressão espantada, assim como momentos antes da explosão.

— O quê?

— O que aconteceu com você? — O fitei confuso e segui para onde seus olhos estavam tão focados.

Foi então que vi o que era tão confuso. Minhas vestimentas haviam mudado completamente, não usava mais a blusa de moletom azul, nem a calça esfarrapa cinza, pelo contrário e muito inimaginável, estava vestido como Cupid.

Era uma túnica azul apertada no peito com um decote fechado, uma saia pequena amarrada com um cinto que parecia ter dentes bem afiados costurados. A calça também era apertada, mas não limitava de modo algum meus movimentos, e usava botas como as de Cupid. Minhas mãos estavam cobertas pelo que pareciam luvas com os dedos para fora, no dorso haviam desenhos de flocos de neve e por cima de tudo estava uma capa, presa no meu pescoço, nela havia um capuz bem fofo com pelo de algum animal, talvez. Mas o que mais chamava atenção, fora as roupas novas, eram as duas palavras, uma em cada ante braço, o guardião do amor logo pegou meus braços para poder lê-las, mentalmente as traduzi mais rápido do que as outras palavras que havíamos encontrado.

Jokul — No braço direito. — Frosti? — No esquerdo. Pingente de gelo, seu significado. Pouco a pouco, as duas palavras iam sumindo, sem deixar nenhum resquício de sua existência. Cupid e eu trocamos olhares.
— Como assim? — Subitamente perguntei, rezando para que o mesmo tivesse uma resposta.

— Isso é estranho... Jokul Frosti é uma lenda nórdica, o espirito do inverno, um espirito travesso. Mas... Espera. — Os olhos de Cupid brilharam. — Jack Frost e Jokul Frosti. — Apontou para mim. — São a mesma pessoa. — Uma sensação me percorreu. — O que foi? — Cupid notou.

— Quero tentar uma coisa. — Me movi para pegar uma das flechas de Cupid, um passo apenas, mas parecia que estava me movimentando junto ao vento. Em um piscar de olhos estava atrás do guardião segurando uma de suas flechas, o mesmo ficou sem palavras.

— Como...? — Virou metade do seu corpo para trás, enquanto o que havia acontecido antes com o arco acontecia com a flechas em minhas mãos: uma fina camada de gelo se apossando da madeira. O guardião continuava perplexo, um frio passou pelo meu estomago, estava gostando daquilo, me divertindo. Novamente movimentei-me tão rápido quanto o vento, ficando no cume da montanha que estávamos. — Jack, espera...

Porém fora tarde demais, já havia me colocado em posição, como se soubesse exatamente o que fazer, posicionando a flecha na corda do arco, puxando-a, mirando uma árvore mais distante e então liberando. Acompanhei sua trajetória enquanto ela cortava pelo ar e quando ela fincou na madeira, me assustei quando ao redor da flecha o gelo se formou, não era só a fina camada que havia aparecido antes, era grossa e se espalhava por uma pequena área dando origem a formas pontiagudas inclinadas na nossa direção. Conseguia ser assustador, perigoso, mas por algum motivo só conseguia ver a beleza e magnificência do gelo, deixei o arco cair no chão e voltei a encarar Cupid que observava espantado.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Jack... — E antes que ele pudesse dizer qualquer coisa saltei, impulsivamente. Ultrapassando as nuvens que cobriam o céu, sem sentir calor, apenas o vento frio me cobrindo, abraçando, elevando cada vez mais.

Talvez fosse o pulo mais alto que já dei em todo esse tempo de guardião, podia sentir algo de diferente em mim, e era uma coisa forte. A animação só aumentava, até atingir um ponto onde parei de subir e comecei a cair. Olhei para baixo me deixando levar, pensei comigo, É só segurar o cajado que não me machucarei tanto, porém não tinha percebido que não estava com o cajado, o que não deu medo e sim mais excitação. Era ótimo sentir o vento contra o corpo, as roupas novas ajudavam a sentir isso com mais facilidade, parecia mais livre, mais leve.

Aproveitei para curtir o momento, apenas abri os braços e esperei pelo impacto, mas não durou muito.

Bruscamente fui interrompido por Cupid.

— Você está louco?! — Ele gritava irritado enquanto me segurava pelos braços. — Poderia se machucar assim garoto da neve!

— Somos guardiões, Cupid! — Retruquei sorrindo. — Não importa o tamanho da queda sempre levantaremos! — Ri mais alto, estava realmente me divertindo com tudo aquilo. Era como se tivessem injetado adrenalina em mim, assim como fazem com os humanos hoje em dia.

— O que não significa que você deveria simplesmente se jogar diretamente ao chão, ainda pode sentir dor.

— E você viria para me salvar mais uma vez, porque está muito preocupado comigo, não é mesmo? — Perguntei maliciosamente sem nem saber de onde teria vindo aquilo. As palavras pareciam apenas saltar da boca. Não estava pensando, nem com a cabeça ou coração.

— O que quer dizer com isso? — Indagou um pouco nervoso enquanto aterrisava, tentando ser o mais delicado possível, só que comigo não. Rolei no chão duas ou três vezes até me levantar meio zonzo, achando tudo aquilo cada vez mais divertido.

— Você sabe muito bem o que quero dizer Cupid. — Direcionei um sorriso divertido. — Foi você mesmo quem me disse para tomar cuidado. — Levantei e apareci em sua frente, assim como tinha feito antes, o vento podia não me carregar mais, mas estava permitindo que eu pudesse movimentar como ele.

— Jack... — Senti uma chama em seu corpo, era a primeira vez que prestava atenção nisso, o guardião emanava calor e me pergunto se ele também conseguia sentir a brisa gelada que eu carregava. — Isso é neve? — Pelo canto dos olhos pude observar o nosso arredor, a neve caia delicadamente, Cupid havia esticado a mão para ter certeza do que estava vendo enquanto a cima de nós as nuvens se reuniam cada vez mais, tornando-se densas.

— Sim... É.

❄❅❆❆❅❄

Tendo pesadelos, Frost?

Foi de surpresa que acordei mais uma vez com mais pesadelos, além do que venho tendo, só que dessa vez algo me era familiar naquela pessoa, não parecia mais um desconhecido como das outras vezes, tinha mais ali. Mais do que isso, não conseguia levantar, algo me prendia. Era Bunnymund quem estava em cima de mim, segurando meus braços, colocando seu peso contra o meu.

— Calma, calma, Frost. — Dizia. — Respire e expire, — O obedeci, tentando acalmar os ânimos, por mais complicado que fosse. — você está bem agora. — Ele estava muito calmo, mais calmo que normalmente.

— O que... — Tentei pronunciar sentido uma tremenda dor de cabeça. — O que aconteceu? — Bunny diminuiu o peso contra mim, aliviando o aperto dos meus braços, liberando devagar.

— Você... — Olhou para alguém um pouco distante de nós, fazendo uma pequena pausa antes de retornar a mim. — Não se lembra, Frost? — Do quê?

Forcei-me a lembrar, mas não tinha muita recordação de verdade.

Sabia que tudo tinha mudado no momento em que Cupid havia entregado o seu arco para mim, a explosão e de repente estar com aquelas roupas viking. No instante seguinte, aquilo aconteceu.

Uma corrente percorreu meu corpo, estava arrepiado, tinha uma coisa que eu lembrava sim. A expressão de Cupid. O momento passou. Bunny percebeu.

— Você saiu do controle. — O olhei fixamente nos olhos. — Pelo que Cupid nos disse, você estava bem em um minuto e no outro estava criando uma grande tempestade de neve. Falando e agindo de forma estranha, quase não parecia você mesmo. — Mas aquilo foi um sonho, não foi? — Você não se lembra mesmo?

— Não... — Respondi tentando parecer o mais desapontado possível. Se o que Bunny estiver dizendo for verdade, então foi muito mais do que um pesadelos. — Onde nós estamos? — Tentei desviar o assunto.

— Estamos no Polo Norte... — Bunny desviou o olhar, tinha mais alguma coisa.

— O que foi? — Senti o medo, será que tinha machucado alguém, será que Cupid estava ferido?

— Fomos expulsos do Hotel, aconteceu uma baita confusão por conta da tempestade de neve. O dono do Hotel veio conversar conosco e "pediu" para que não retornássemos tão cedo.

— Mas Bunny, Skreeklavic...

— Skreeklavic nos deu respostas para algumas de nossas perguntas, não há mais nada que ele possa nos falar agora. — Eu sabia que não era bem assim, Shadowbent sabia mais e não estava nos contando, talvez por conta das instruções de Nightlight, mas duvidava que fosse só isso. — Temos que pensar com o que temos. — Por outro lado Bunny estava certo, se não tinha como voltar para a Transilvânia então teríamos que fazer o que podíamos com que já tínhamos, e no momento era bom o suficiente para alguma coisa. O fitei e concordei com a cabeça, porém ainda tinha uma coisa que me incomodava.

— Onde está Cupid? — O coelho evitou me olhar. — Bunny, — Tentei mais uma vez. — onde está Cupid?

— E-ele está bem irritado Jack. Está trancado em seu palácio, na biblioteca, tem dois dias que não conseguimos falar com ele, ninguém consegue.

— Dois dias?! — Elevei o tom de voz surpreso. — Eu estive em coma por dois dias?!

— Sim, você se rebateu bastante durante esse tempo também, congelando o quarto inteiro algumas vezes. — Voltei a olhar para o quarto em que estávamos, agora tudo parecia arrumado. — Agora que você está acordado e muito bem informado, vou avisar os outros, espere aqui. — Assenti. — Já retorno. — O acompanhei enquanto se levantava da cama e saia pela única porta do quarto.

Suspirei fundo, tinha desmaiado por dois dias inteiros. Cupid não falava com ninguém e agora, finalmente acordado, me pergunto se seria pelo que tinha acontecido antes de ter esse blackout.

— Ufa! Achei que ele não ia sair mais. — Ouvi uma risada, procurei seu dono pelo quarto e o encontrei.

Estava em cima da mesa de madeira, agachado. Usava um capuz azul um pouco parecido com o meu que cobria grande parte de sua cabeça e do seu corpo, o reconheci de algum lugar e ele pareceu ter entendido, pois deu um largo sorriso e tirou o capuz de sua cabeça, revelando seu rosto, era como estar olhando para um espelho.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Os mesmos olhos azuis, as mesma sobrancelhas finas, o nariz, a boca, absurdamente tudo. Ainda olhando para mim ele sorriu mais uma vez, ele procurou se sentar na mesa e então pude notar que usava botas como as de Cupid, assim como a calça apertada e a túnica azul. Era a mesma roupa que eu apareci usando depois do guardião do amor me entregar o arco.

— Você demorou tanto para acordar, achei que jamais iriamos nos conhecer, estava ficando preocupado já. — Apoiou o braço no joelho e o rosto em sua mão, parecia se divertir com a minha cara. — Sim. Eu sou você, uma versão melhorada, lógico. — Me levantei da cama, mas antes que pudesse fazer qualquer outro movimento, o outro apareceu na minha frente. — Estive esperando por esse momento e não vou deixar você arruiná-lo.

— Quem é você? — Foi o que consegui deixar sair, o outro bufou.

— Qual é! Acabei de falar quem sou eu. Eu sou você, uma versão melhorada. — Sorriu travesso mais uma vez. — Mas em todo caso, — Esticou a mão para mim. — é um prazer conhecê-lo Jack Frost, eu sou Jokul Frosti. — Estiquei a minha para firmar o aperto, e pude senti-lo, ele estava realmente ali.

— Você é real.

— Para você, eu sou, talvez não para os outros guardiões, mas são apenas detalhes.

— Como isso é possível?

— Acho que você está fazendo a pergunta errada, não? — Fiquei confuso, ele se divertiu enquanto começava a caminhar pelo quarto dando as costas para mim. — Não deveria perguntar "como" e sim "por que". — Voltou a me encarar. — Aah! — Gritou nervoso. — Esqueci que estou conversando com uma criança! — Fui empurrado para a parede, enquanto seus dois braços permaneciam encostados na mesma, impedindo que eu pudesse sair. — A questão é a seguinte Frost. Você e seus amigos guardiões resolveram pisar na cidade do Halloween sem uma única proteção, seu grande amor Cupid sempre esteve sob a proteção de Jack Skellington, porém dessa vez nem ele mesmo escapou. Vocês cutucaram um antigo inimigo e agora ele está furioso.

— E o que você tem a ver com isso? Como sabe de tudo isso?!

— Há quanto tempo você está perdido meu caro Frost? — Apontou para mim. — Se tornou um guardião e perdeu seu cerne, onde está aquele espirito que se divertia com as crianças? — Fiquei por um momento pensando. — Não deveria ter se tornado um guardião e agora que sabe de suas falsas memórias sabe disso melhor do que ninguém.

— E é isso que você quer? Que eu deixe de ser guardião?

— É o que nós queremos Frost. — Ele voltou a caminhar em minha direção. — Estou aqui para consertar a bagunça que você fez. E tudo o que você precisa fazer agora é pegar o arco de Cupid e deixar o resto comigo. Deixa que eu tome o controle mais uma vez.

— O arco? Aah, por isso você tá aqui, precisa dele.

— Correção. Nós precisamos, Frost. — Gesticulou para nós dois. — O arco de Cupid guarda uma enorme magia, uma magia que nem você mesmo consegue controlar, bem, não sem a minha ajuda.

— E como você sabe de tudo isso? — Perguntei mais uma vez.

— Diferente de você, "aquele que tudo esqueceu", eu não esqueci de nada. Ou você acha que tudo aquilo foi apenas um sonho. — Sorriu, negando com a cabeça. Você...? — Não, não. Não foi, muito menos a parte entre você e Cupid, porquê claramente, ali não fui eu, foi você. — Tocou em mim e gargalhou em seguida.

A porta do quarto abriu e no mesmo instante minha outra versão desapareceu como se nunca estivesse ali. Bunny entrou no recinto e me olhou preocupado.

— Tudo bem por aqui, Jack? — Assenti, controlando o nervosismo, o mesmo me encarou estranhamente, acho que era óbvio que tinha alguma coisa errada. Em seguida North entrou empurrando o coelho.

— Está atrapalhando a entrada! — Sandman e Tooth vieram logo depois, tratei de sentar na cama, observando o quarto, procurando por algum resquício do que acabara de acontecer, mas não havia nada, era só eu, e agora os outros.

— Como você está Jack?

— Estou melhor. — Respondi Tooth enquanto North ajudava Bunny a se reerguer por tê-lo empurrado.

— E você lembra do que aconteceu?

— Não. — Respondi rapidamente, não queria mentir para eles, porém não tinha certeza absoluta se tudo isso era real. — Bunny disse que eu pirei? Criei um tempestade de neve, algo assim? — Ela assentiu.

— Aparentemente foi algo assim, Cupid disse que foi logo depois que ele entregou o arco a você.

— Sim, disso me recordo... — Comecei a contar, encostando as costas na cabeceira da cama. — Cupid entregou o arco em minhas mãos e no minuto seguinte houve um explosão, depois que tudo passou eu estava com roupas diferentes e me sentia diferente sabe? Conseguia me movimentar com o vento, e os meus poderes... — Parei para pensar, levantei a cabeça para encará-los e logo atrás deles, bem próximo de Sandman, na mesa, estava ele ali de novo, sorrindo travesso como uma criança que estivesse gostando de uma história.

O que tem seus poderes, Jack? — Ele também ergueu sua cabeça, como que acenando pra mim, para que eu continuasse, ninguém pareceu tê-lo ouvido.

— Jack? — North chamava. — O que tem seus poderes?

— E-eu não sei explicar... — Finalmente respondi.

— Bom quem sabe Cupid consiga nos dizer alguma coisa. — Tooth comentou.

— Mas Bunny disse que ele não mandava noticia para ninguém há dois dias.

— Isso é verdade, a última coisa que ele disse antes de voltar ao palácio era que precisava ir a sua biblioteca e estudar o arco, já que foi ele quem causou toda essa confusão, desde então ninguém sabe nada.

— Mas acreditamos que como ele ainda não se pronunciou, ainda não deve ter tido sucesso. — North complementou Bunny.

— Então vamos ao palácio. — Preparei para levantar da cama, porém Bunny interrompeu.

— Tem certeza que é uma boa você ver o Cupid agora, Jack?

— Como assim? — Perguntei junto de Tooth. North, Bunny e Sandy trocaram olhares.

— Não é nada. Deixa pra lá, talvez seja uma boa ideia ir ao palácio, mas acho que você ainda tem que descansar um pouco mais Jack, fique por aqui hoje e amanhã resolveremos esse assunto. Vamos pessoal, vamos deixar ele descansar mais um pouco. — North pediu e impediu que eu pudesse contestar. — Sem mas, Jack, só nos obedeça dessa vez. — E saiu seguido dos outros.

— Até logo, Jack. — Tooth disse antes de me abraçar e sair do quarto. Ouvi o que pareceu ser um gemido. Ele ainda estava ali no mesmo lugar.

— Não precisa fazer essa cara pra mim, minha visita, infelizmente, não é muito duradoura... Por enquanto, mas vou fazer você ter certeza de não esquecer de mim, de não esquecer que estou aqui e que não vou embora tão cedo. — Sorriu mais uma vez, porém seu sorriso não era agradável, era travesso e não era um travesso bom. — Agora vá, descanse mais um pouco, e depois vá até seu guardião do amor, ainda há muito que vir pela frente. — Gargalhou alto, mas ninguém podia ouvi-lo, só eu. Sua gargalhada ficou ecoando em minha mente enquanto o via desaparecer, agarrando-me ao cobertor da cama, sentindo uma pontada de insegurança me atingindo. Seria mesmo uma boa ideia ver Cupid agora?