A Origem dos Guardiões – O Guardião Primordial

CAPITULO III – UM BOM SUSTO NUNCA FAZ MAL


Saímos da biblioteca, no caminho Cupid começou a falar do seu amor pelos dragões, principalmente por Toothless, que em sua outra vida tinha sido seu melhor amigo e continuava o mesmo até hoje, O que significa que ele lembra de sua vida passada, mas será que precisou dos seus dentes para se relembrar?¸era o que eu questionava. Depois ele passou a falar sobre o dragão em meu braço e sua espécie.

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— Só tome cuidado, Fantasmas da Neve não gostam de serem ameaçados ou mal tratados, e podem se tornar perigosos. – Cupid repetia aquilo pela... Quinta vez? Provavelmente, e sinceramente, já estava ficando cansativo, por enquanto era só um dragãozinho que eu segurava, sabe? Ele parecia uma mãe com medo de deixar o cuidado de suas crias com outros. – Ah, os outros estão no salão principal.

Apenas o segui, passamos pela sala que levava á ala dos recém-nascidos e viramos em uma direita, mais uma parte inexplorada daquele lugar. Acho que eu poderia passar dias ali dentro e não terminaria de ver tudo.

Chegando, no que parecia ser o salão principal com uma mesa enorme, com alguns candelabros e várias cadeiras, alguns quadros e lustres no teto, era possível pensar naquele lugar como um perfeito local para um jantar romântico, se não fosse pela mesa enorme, claro, mas enfim, chegando ali, em um canto do salão North e Bunnymund conversavam perto de uma lareira.

— Onde estão Sandman e Tooth? – Cupid perguntou.

— Estamos aqui. – Tooth apareceu logo atrás de nós com Sandman, ambos carregavam... Pedras? Nas mãos, North e Bunnymund voltaram a conversar. – Que bonitinho Jack, ele te seguiu. – Afirmei com a cabeça.

— Esses são... – Cupid olhou atentamente ao que eles carregavam, até que Sandman colocou as "pedras" na mesa. – Os dentes dos meus dragões?!

— Sim, eles não lindos? – E Cupid começou a discutir com ela, o que não adiantaria muito. Tooth era fascinada por dentes.

Como ali não havia espaço para mim, me direcionei aos outros, cutucando o dragão e percebi que cada vez que eu dava uma apertada em sua barriga uma brisa de gelo saia de sua boca. Aproximando mais de North e Bunnymund ouvi eles conversando sobre Pitch novamente e as teorias do que poderia ter acontecido na sua toca.

— Você não tem idéia mesmo de alguém ou algo que possa explicar tudo isso? – North questionou a Cupid, Bunnymund parecia perdido em seus pensamentos, não olhara para trás nem uma vez.

— A única pessoa que saberia fala menos do que o cabeça de areia ali, – Ele apontou para Sandman que nem pareceu ofendido ao ouvir aquilo. – e trouxe vocês a mim. – Depois tornou a discutir com Tooth.

Sorrateiramente me aproximei de Bunnymund, por sorte ele não olhara para trás e sem ser North, ninguém mais parecia prestar atenção no que eu fazia, encostei o cajado no chão e levantei o dragão com as duas mãos, bem perto da nuca de Bunnymund e apertei sua barriga devagar, o ar gelado logo saiu de sua boca e passou pelo outro que apenas coçou a cabeça, tentei segurar o riso e North também. Fiz o mesmo de novo, apertei a barriga do dragão, a reação foi a mesma.

— Tá frio aqui ou é impressão minha? – Bunnymund disse tremendo um pouco, ri o mais baixo que pude e senti olhares em mim.

Atrás de mim, Cupid me olhava com seus olhos verdes, não gostando nem um pouco do que ocorria, tentava me reprimir apenas com eles, aquelas duas lavaredas verdes incandescentes, mas não resisti e apertei o dragão de novo.

— Frost, já chega, não é?!

— Já chega o que? – Bunnymund se virou para trás e deu de cara com o Fantasma da Neve, foi imediato quando seus olhos se arregalaram e ele pulou para trás com um grito, caindo no chão e levantando seu bumerangue. Seu grito assustou á Tooth e Sandman que não prestavam atenção no que ocorria, já eu e North nem contivemos a risada. – Quer me matar de susto?!

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— Qual é Bunnymund, – Tentei dizer com dificuldade. – é só um dragãozinho inofensivo e...

— Susto? Mas é claro! – Cupid gritou animado, todos o fitamos, esperando uma resposta. – Me desculpem, só que lembrei de alguém que pode nos ajudar agora. – E saiu em disparada por onde viemos antes, ouvimos um assovio vindo dali e ninguém teve escolha se não segui-lo, deixei o dragão no chão e corri junto as outros. Só o encontramos perto da Ala dos Recém-Nascidos, já com Toothless. – Amigão, nós vamos sair, cuide dos pequenos. – Olhou para trás e assim nos viu, voou novamente para mais longe, e lá vamos nós segui-lo novamente.

— Cupid! – Gritávamos, esperando que ele nos ouvisse, mas parecia ser surdo, já fora do castelo, ele nos esperava dentro do trenó de North com a maior tranquilidade.

— Vamos de trenó vai ser mais rápido! – Dizia.

— Para onde?! Você não nos contou nada até agora! – Tooth o indagou nervosa, odiava seguir por ai sem saber onde ir.

— Atrás de algumas respostas, ora essa. – Ele respondeu com aquela cara irritante de como se toda a resposta fosse óbvia. Percebendo que não tínhamos entendido nada ainda, bufou. – Vamos atrás do irmão de Pitch. – E o silencio pairou por alguns instantes, todos nos entreolhávamos, ninguém fazia a mínima ideia do que aquilo significava. Pitch tem um irmão?

— Irmão do Pitch? – North foi nossa voz. – O Bicho-Papão tem um irmão?

— Sim, vocês não sabiam? – Ficamos quietos, tentando pensar em alguma coisa, Sandman foi o primeiro e único a parecer menos confuso.

— Essa piada é muito boa. – Bunnymund disse seguido de uma risada, realmente o Bicho-Papão ter um irmão era um absurdo só pra começar.

— Não sei do que está rindo se você mesmo já o conheceu. – Cupid disse ríspido.

— Como é? – Bunnymund ficou surpreso.

— E você também North.

— O quê?

— Agora vamos.

Como ninguém entendia nada do que estava acontecendo ali, resolvi eu mesmo perguntar:

— Para onde vamos Cupid?

— Para a Halloween Town, garoto da neve. A Cidade do Halloween.

❄❅❆❆❅❄

Quando Cupid falou sobre Halloween Town as coisas ficaram mais claras para todos, menos para mim, claro. Eu deveria me chamar Jack, o Guardião Desinformado, porque não sei de nada aqui, só fico sobrando. Porém, de todos ali, o único que se recusava a ir, para a tal cidade do Halloween, era Bunnymund.

— Ainda tenho pesadelos com aquele lugar.

— Bunnymund, meu velho amigo, é certo que não conheço lugar mais assustador que aquele, – North sorriu. – mas temos de ir lá.

— Como você quer voltar lá, depois do que você mesmo passou? – Bunnymund questionou.

— Já são águas passadas, já perdoei aquele esqueleto. – Esqueleto?

— E você quer respostas sobre o que aconteceu com Pitch ou não? – Cupid continuava ríspido. – Aquele esqueleto é provavelmente a sua... Nossa. Melhor chance de saber o que está acontecendo.

Tudo que diziam pareciam afetar Bunnymund, as vezes era possível ver que ele estava decidido a ir, mas então se recordava do que tinha ocorrido com ele lá e voltava atrás. Deve ter sido algo extremamente assustador. Olhei para todos eles e o único que me olhou de volta era Sandman, uma interrogação se formou em sua cabeça, eu estava curioso para saber como era essa tal cidade, queria ir para lá, e se Bunnymund não quer ir, o que podemos fazer?

— Se o Bunnymund não quer ir, vamos por conta própria, North pode ficar com ele. – Abri a boca.

— Não é tão simples, Frost.

— Por que não? – Esperei que Cupid fizesse aquela cara de "a resposta é óbvia" e por um instante, ele quase a fez mesmo, mas segurou.

— É um cidade isolada desse mundo. Diferente da Casa do North, do Castelo das Fadas e até mesmo o meu Palácio do Amor, ela é como a Toca do Pitch, o Viveiro do Bunnymund e a Ilha dos Sonhos de Sandman, só se pode entrar lá de uma forma especial. – Explicou.

— E a maneira mais fácil é pelo trenó de North? – Tooth queria saber.

— Sim, pelos seus globos de neve .ambém – Se dirigiu a North, ele procurou em seus bolsos internos e encontrou um enquanto Bunnymund se afastava de nós. – Bunnymund? – Ele não se virou.

— Eu converso com ele. – North retorquiu e se aproximou do outro.

Eles ficaram conversando ao mesmo tempo que Tooth resolveu me contar sobre o envolvimento dos dois com a cidade do Halloween.

— Certo dia três crianças mascaradas apareceram no Viveiro de Bunnymund e o sequestraram, naquele tempo ele não era nada como hoje, vivia a saltitando aqui e ali como um coelho de verdade. – Cupid estava entusiasmado. – Então foi fácil para seus sequestradores o carregarem e o levarem para fora do viveiro, segundo ele, eles cantavam e o chamavam de Papai Cruel diversas vezes, depois de algum tempo ele sentiu o cheiro de um lugar diferente e percebeu que não estava mais na sua casa. Os barulhos eram diferentes, até mesmo o próprio ar, pensou estar com os humanos, mas quando o saco foi aberto ele viu uma coisa totalmente diferente do que já tinha visto, ele até tentou conversar com alguém, só que se assustou e voltou para o saco. Ouviu uma conversa estranha e foi levado embora. Desde aquele dia, ele decidiu mudar e está assim hoje. – Tooth finalizou.

Olhei para Bunnymund, se eu soubesse o que tinha acontecido com ele, não teria dito para irmos sem ele e North, como Guardiões, deveríamos ficar juntos, é lógico, só que eu ainda não estou acostumado com essa vida. Sempre estive sozinho, divertindo as crianças e a mim mesmo até, agora tenho que me adaptar com a companhia de todo mundo, mais a de Cupid ainda, não é fácil.

Depois de um longo tempo de conversa, North e Bunnymund voltaram, pareciam mais confiantes.

— Vamos. – Disse North, Cupid novamente se animou. – Todos no trenó. – E eu ainda precisava me desculpar com Bunnymund, mas estava um pouco envergonhado ainda.

Todos entramos no trenó. Logo as renas de North estavam correndo em direção as nuvens, em pouco tempo mergulharam nelas por não haver mais onde pisar e em seguida estavam cortando o céu, North pegou o globo de Neve e o balançou, sussurrando para si mesmo: "Cidade do Halloween". Nem consegui ver a imagem que se formou ali, pois em seguida ele jogou para frente. Uma explosão se fez e o portal abriu, em segundos o atravessamos, e então o ambiente mudou.

O céu que estava quase claro antes, agora estava completamente escuro, móbido, sem estrelas, somente a lua com seu tom amarelado.

North aterrissou calmamente, as renas pareciam bem cansadas já, fizeram muitas viagens, em tão pouco tempo. Todos saímos do trenó. O lugar onde estávamos era cheio de arvores sem folhas alguma, vários galhos estavam no chão e parecia inabitado.

— Isso não parece uma cidade. – Deixei escapar, lógico que aquilo não era uma cidade.

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— É porque estamos na floresta, a cidade ficar para... – Cupid olhou em volta, tentando se localizar.

— Para lá. – Tooth apontou para trás de mim com Sandman. – Vi luzes naquela direção quando estávamos no céu. – Finalizou.

— Então é para lá que vamos. – Cupid disse, seguindo na direção que tinha sido apontada, todos fomos logo atrás, ansiosos para ver a cidade do Halloween.

❄❅❆❆❅❄

Para mim, Cupid, Tooth e Sandman ir até a cidade foi fácil, complicado foi para North e Bunnymund que pulava.

Na entrada haviam vários túmulos, alguns continham avisos, outros nomes e datas, além disso havia o que parecia ser um espantalho com uma cabeça de abobora iluminada, a cima de sua cabeça uma placa dizendo "Bem-vindo á Halloween Town". Um arrepio passou pelo meu corpo, admito, uns passos mais pra frente estava um portão e se você olhasse para trás, realmente se sentiria num cemitério de verdade. Todos ali, com exceção de Cupid, estavam com expressões sérias, estavam provavelmente assustados, assim como eu.

Cupid se colocou a frente e abriu o portão apenas o empurrando, descemos uma colina e depois subimos outra, onde a cidade estava finalmente, Cupid bateu palmas e logo o segundo portão se levantou, ele agradeceu, não sei a quem, mas agradeceu.

Diferente das cidades humanas, essa não parecia... "Planejada", tudo ali era mal construído, impactava o horror mesmo, enquanto caminhávamos cidade a dentro várias criaturas foram aparecendo e nos observavam, quase como se fossemos presas fáceis e eles estivesse esperando o momento certo para o abate.

É simplesmente impossível descrevê-los porque todos são diferentes, alguns se marcam por seus dentes afiados, outros por seus olhos vermelhos, garras, corpos dilacerados, sem braços ou pernas, parte de um verdadeiro filme de terror.

— Então Cupid, onde acharemos o irmão de Pitch? – Perguntei e um carro, ou o que parecia ser um, passou, havia uma coisa em cima dele, parecia um cone com um chapéu enorme, anunciando quantos dias ainda faltavam para o Halloween: 105 dias.

— É o Prefeito, ele vai saber onde ele está. – E se afastou de nós, não tive nem tempo de impedi-lo. As criaturas começaram a se aproximar mais e mais.

"Quem são esses?", "Aquele grandão me parece familiar.", "O que vieram fazer aqui?", "Espera, aquele não é o Papai Cruel?!", "É ele mesmo, o que ele veio fazer aqui?", esses eram apenas alguns dos sussurros que podíamos ouvir, eles pareciam mais curiosos que nós mesmos, olhei para trás, Bunnymund estava com a mão em seu bumerangue tremendo enquanto North tentava acalmá-lo. Tooth estava bem calma, parecia observar todos, Sandman fazia o mesmo.

— Olá, cidadãos da cidade do Halloween. – Resolvi me pronunciar. – Eu sou Jack Frost e esses são meus amigos, estamos à procura do irmão de Pitch, o Bicho-Papão, vocês o conhecem? Sabem onde podemos encontrá-lo? – Assim que disse isso, todos se afastaram e desapareceram, o que foi estranho, mas antes que pudesse falar com os outros, Cupid chegou.

— Vamos por aqui, ele está na casa dele. – Ele olhou em volta. – O que aconteceu?

— Eles simplesmente foram embora quando falei do irmão de Pitch.

— Ué, que estranho, mas vamos logo, é logo ali.

Cupid nos guiou, a casa do irmão do Pitch era uma das maiores dali, parecia um prédio assim como eu disse, mas me corrigiam afirmando que era uma casa torta, parecia formar um arco, assim como as outras casas da cidade. Assim que passamos pelo portão pudemos observar que haviam luzes no primeiro andar e no último, subimos a escada em espiral que levava a casa, Cupid deu uma batida na porta enorme, mas não obteve resposta, bateu novamente e não teve resposta outra vez. Ele girou a maçaneta para verificar se a porta estava fechada ou não, e assim que a porta abriu, adentrou sem ser convidado, e como já estávamos acostumados com a rotina, nós o seguimos.

Na minha visão a casa definitivamente não era convidativa, era possível ver que tinha uma organização nas prateleiras, nos detalhes das paredes? Sim, mas muito difícil de compreender o gosto pelas coisas... Mortas. Caveiras seria a palavra que resumiria a casa, todas as paredes tinham pelo menos uma caveira, as luminárias eram a velas, algumas dentro de abóboras. Assim que passei pela porta vi que se formava um pequeno corredor em L a minha direita, no final já dava para ver as luzes e algumas sombras, depois que virei a esquerda, encontrei Cupid só observando na porta, pois a frente estavam duas figuras.

As duas eram esguias e extremamente magras. A mais baixa parecia ser típica da cidade, usava um chapéu pontudo, um vestido preto que cobria seus próprios pés com mangas amarelas de listras pretas, seu cabelo era de um cinza cacheado e, apesar da iluminação, sua pele parecia um azul mesclado com cinza, aparentava ter um nariz enorme e pontudo com uma verruga perto da ponta. A outra chamava mais atenção por seu vestido de cor azulada coberto por uma capa de tecido transparente, seu chapéu tinha várias penas de pássaro e duas penas longas, diferente da mais baixa tinha os cabelo lisos pretos, não tinha um nariz grande, ou não tão grande quanto da outra, e sua pele era branca.

— Muito bem, agora acenda aquela. – A voz esganiçada vinha da mais baixa, a outra levantou os braços da capa e estalou os dedos, e ao seu lado uma vela dentro de uma abobora acendeu. Ela ficou animada, Cupid apenas observava, impedindo que eu e os outros passássemos. – Agora continue.

— Você conhece? – Sussurrei no seu ouvido.

— Não. – Ele respondeu seriamente enquanto a mais alta estalava os dedos animadamente enquanto mais velas acendiam e intercalava entre as duas mãos. – Não faço a mínima ideia de quem são.

— Só não se anime muito, você pode acabar... – Entusiasmada a mais alta levantou os dois braços e estalou os dedos das duas mãos, todas as velas se acenderam explodindo as abóboras, vários pedaços caíram no chão alguns queimados outros não, a de voz esganiçada não pode nem terminar sua frase, apenas deu um grito enquanto tentava inutilmente se esconder em seu chapéu e a outra apenas se agachou no chão se escondendo pela capa, mas não foi só aquilo, as chamas das velas pareciam dançar e começaram a se encontrar no teto, uma figura se formou, uma espécie de pássaro de fogo que seguiu em nossa direção.

— Para trás! – Cupid se colocou a nossa frente, abrindo suas asas, protegendo a porta. Do outro lado só ouvi um "Oh!", Cupid não pareceu ter fechado os olhos, na parte externa das suas asas apenas saiam fumaças.

— Não se preocupe, ainda temos tempo até o Halloween, só precisamos fazer mais abóboras e podemos continuar com o seu treinamento. – Dizia a voz esganiçada, enquanto Cupid recolhia suas asas, pude ver a mais alta ajudando a mais baixa a se levantar.

— Não, Helgamine, veja. – E pela primeira vez ouvi a voz da mais alta. – Acho que temos visita.

— Ah sim. – Helgamine nos olhou e que mulher mais pavorosa, diferente da outra. – O que querem estranhos?

— Queremos falar com o dono da casa. – Cupid disse firmemente, Helgamine e a outra cochicharam entre si.

— Mas é claro, irei chama-lo. Acomode as visitas. – Helgamine disse e enquanto esticava o braço direito, uma vassoura velha veio voando para sua mão, ela montou na vassoura e saiu voando dali.

— Me desculpem a bagunça, ainda estou em treinamento, por favor, sentem-se. – Ela estalou os dedos e espontaneamente dei um passo para trás pronto para mais uma explosão, porém só algumas cadeiras se mexeram ficando de pé perto a uma mesa. Olhei para os outros e entramos na sala, por fim, sentando nas cadeiras. – Posso servir alguma coisa a vocês? – E dessa vez pude ver seu rosto melhor, assim como tudo nela, era diferente. Não tinha um nariz e sim um buraco no lugar, usava um batom vermelho em sua boca e uma maquiagem azul e tinha vários desenhos pelos braços, no pescoço, abaixo do pescoço, até mesmo em seu próprio rosto, na sua testa, uma lua minguante estava desenhada. – Não se preocupem, coisas normais como hã... Água, talvez? Ou café, chá? – Ninguém respondeu, ela e a outra não pareciam tão preocupadas conosco, diferente do resto da cidade.

Ela usava brincos redondos dourados com o rosto de uma caveira "descansando" desenhado em um dele só, além de usar um cinto com várias caveiras do mesmo jeito com uma cor meio esverdeada, sua capa era segurada uma caveira dourada em cada ombro. Ela parecia gostar mesmo de caveiras.

— Aceito uma água. – North disse quebrando o gelo, logo todos nós, menos Cupid, aceitamos a água.

— Um instante. – Ela saiu da sala e em pouco tempo voltou com uma bandeja com seis copos, entregando cada um para nós.

— Não quero nada, obrigado. – Cupid falou, bebi um pouco da água. – Onde está...

— Lilith? Quem são os nossos visitantes? – Outra voz cruzou a sala, Cupid tratou de se levantar e procurar o seu dono. – Hiccup? – E até eu mesmo fui obrigado a olhar, até agora ninguém tinha chamado ele assim.

Seja ele quem fosse, era alto, o mais alto dali, não tinha pele nenhuma, era puro osso e usava um paletó preto de listras brancas.

— Jack! – Cupid se animou, mas porque com o meu nome? Ele voou e abraçou o outro. – Quanto tempo não te vejo.

— Pois é, não veio mais me visitar, que posso fazer.

— Desculpe, estive tão ocupado, acabei não tendo mais tempo de fazer outra coisa que não o meu trabalho lá fora.

— Não tem problema, pelo menos está aqui. – Ele parou um pouco, depois que se soltaram do abraço. – Aliás por quê está aqui? Está tudo bem?

— Está sim é só que... – Tossi voluntariamente para chamar a atenção dos dois. – Ah me desculpe. Pessoal, esse é Jack Skellington, o irmão de Pitch. – E o esqueleto sorriu.

Novamente todos entramos em estado de choque, Bunnymund deu um passo para trás e como quando chegamos a cidade, já segurou seu bumerangue, enquanto o resto apenas os observava, esperando aquilo ser algum tipo de mentira. Então o Pitch realmente tem um irmão, mas completamente diferente dele, como assim?