A Origem dos Guardiões – O Guardião Primordial

CAPITULO IV – UMA SOMBRA NA CASA DA ÁRVORE


— Muito prazer. – O esqueleto disse depois de um longo e incomodo silêncio, porém creio que cada um ali ainda absorvia a informação. – Espere um instante, conheço você. – Ele apontou para North. – Sandy Claws? É você? – North engasgou.

— É Santa Claus. Cla-us. – Ele parecia falar com uma criança de oito anos. – E sim, sou eu.

— Você está diferente. – Concluiu. Observei Bunnymund, ele segurava o bumerangue bem a mostra, mas o esqueleto não parecia ter notado. Foi a vez de Cupid tossir.

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— Enfim, esses são os outros Guardiões. Toothiana, Sandman, Bunnymund e Jack Frost.

— Jack Frost? – Acenei e ele veio correndo me examinar. – Então o verdadeiro Jack Frost está aqui, na cidade do Halloween? – Virou-se para Cupid e então para mim. – Muitíssimo prazer em conhecê-lo, sr. Frost. – E esticou sua mão de ossos, fui obrigado a fazer o aperto de mão.

— O prazer é meu. – Ele sorriu, um sorriso sem dentes, aquilo causava espanto para ser sincero.

— Ah, onde estão meus modos. – Se afastou de mim, chegando perto de Lilith. – Esta é Lilith, minha filha e aprendiz. – Vi Cupid suspirar, mas ficar confuso no mesmo instante, a mesma confusão que todos ali, provavelmente.

— Sua filha?! – Exclamou.

— Prazer em conhecê-los, já ouvi falar muito de vocês, de cada um. – Lilith sorriu com simpatia.

— Jack, – Meu nome, porém não eu. – e Sally? Onde está?

— Sally e eu estamos meio... Brigados. – Cupid não pareceu gostar do que ouviu.

— E as crianças?

— Estão com ela, estão bem, está todo mundo bem. – Sorriu novamente, mas não foi tão sincero assim. Cupid apontou discretamente para Lilith muito discretamente, só vi o movimento do esqueleto significando ser outra história, e para depois. – Então digam-me Guardiões, há que devo esta visita tão... Ilustre? Há tempos que não vejo o senhor Sandy Cl.. Santa Claws, Cupid era o único que me visitava aqui, mas nunca tinha conhecido os outros. – Nos entreolhamos, apesar de ser uma caveira, o esqueleto parecia ser bom, então como dar uma noticia como aquela? Se é que ela era realmente o que pensávamos ser.

Porém North mesmo se dispôs a falar, pedindo para que Jack e Lilith se sentassem, por fim contou todos os detalhes desde o aparecimento da sombra gritante no Polo Norte até o chamado da Lua por Cupid. O outro Jack parecia tentar absorver todos os detalhes, só que não pareceu abalado ao ouvir que Pitch poderia estar desaparecido para sempre.

— Então, você é um Guardião agora, Hiccup? Mas já não era antes? – O esqueleto perguntou.

— Não sei o que sou Jack, – Olha meu nome ai. – só sei que eles apareceram ontem atrás de mim com esse assunto urgente, e você sabe, se existe alguém que tem algum contato com o Man in the Moon, este alguém são os Guardiões. Que mais eu poderia fazer?

— Entendi.

— E quanto a Pitch? Você sabe de alguma coisa? Qualquer coisa que possa ajudar?

— Não tenho certeza, Hiccup, e acho até isso meio impossível. Somos imortais, não tem como morrermos. Acho que Pitch está apenas tentando assustá-los, ele deve ter conseguido escapar da sua toca outra vez.

— Você e seu irmão se dão muito bem? – Resolvi questionar.

— Seguimos por caminhos diferentes. Lilith, por favor, tenho que conversar com eles a sós.

— Mas Jack... – O esqueleto a censurou, como se isso fosse possível sem olhos. – Tudo bem. – E Lilith foi embora, olhando para trás uma ultima vez, antes de sumir.

— E você conhece alguém que possa saber de algo? – Cupid continuou.

— Sobre meu irmão? Até sei, mas não creio que eles iriam ajudar, são uns capetinhas, não ficam do lado de ninguém que não os beneficie.

— Ah sim, já até sei quem são. – Todos esperávamos pela resposta de Cupid, mas...

— Não. – Foi North quem começou, todos olhamos para ele.

— Ah sim... – Cupid retrucou em tom de zombaria, o esqueleto não parecia tão confortável quanto antes.

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— Gente. – Tooth chamou a atenção. – Quem? – Cupid sorriu maliciosamente.

— Fico feliz que tenha feito essa pergunta, Tooth. – Ele olhou para todos os presentes ali, deixando um ar de suspense. – São os três capetinhas do Boogie Oogie, os mesmos que sequestraram North e Bunnymund.

— Ótimo. – Bunnymund se revoltou, já guardando o bumerangue.

❄❅❆❆❅❄

Em seguida entramos em discussão. Os tais capetinhas se chamavam Lock, Shock e Barrel e não passavam de três crianças que faziam jaz ao apelido "capetinhas" segundo o esqueleto. Do meu ponto de vista, eram apenas crianças querendo se divertir e convenhamos que, dentre todos ali, o único que sabia sobre diversão era eu. E se eram crianças, como se sentiriam ao ver neve? Cara, quem não adora neve?

Porém o esqueleto achava que visita-las seria perda de tempo, até Bunnymund tinha entrado do lado em que deveríamos ao menos tentar, só que suas intenções eram muito mais óbvias. Ele não queria ser o medroso de novo, muito menos por conta de três pestinhas.

Então estávamos divididos entre, Cupid, seu amigo e North, e nós, tirando Sandman que ficou como imparcial, então era um empate.

— Por que vocês não procuram por informações sobre Pitch, enquanto nós vamos atrás dos pestinhas? – Sugeri.

— O quê? Vocês nem conseguiriam nem ter um diálogo com eles. – O esqueleto retrucou.

— Isso é um desafio? – Pelo menos soava como um.

— Não, não é um desafio, garoto da neve, só que tente ser racional, são crianças, não obedecem a ninguém.

— Não quero que me obedeçam, só quero me ouçam. – Cupid se irritou. Diversão, um, amor, zero.

— Se eles querem ir, deixem. – Cupid ia falar alguma coisa, mas o esqueleto o impediu. – Deixe, Hiccup. Vou pedir a Lilith que os leve para a casa deles, não é muito longe daqui, mas fica em uma das saídas da cidade, enquanto isso, nós tentamos outra coisa. – Sorri, agradecendo em resposta. – Lilith! – A filha dele desceu rapidamente.

— Sim, Jack. – Isso vai acabar me matando uma hora dessas.

— Por favor, leve eles á casa da árvore, eles querem ver as crianças do Boogie Oogie. – Ela nos observou com desdém.

— Certo, por favor, me acompanhem. – E a acompanhamos. Bunnymund, Tooth e eu. Sandman optou por ficar com os outros. Saímos da casa do esqueleto e seguimos nossa guia. – Lá é o Graveyard Hill, – Disse apontando num ponto distante, creio que de onde viemos. – aqui é o centro da cidade. – Ela continuou andando, na direção oposta ao tal Graveyard Hill, nenhum residente da cidade estava nas ruas. Será que ainda estavam com medo de nós? Saímos por um portão e logo pudemos ver várias colinas, bem mais distante uma delas se destacava, uma colina com o topo em espiral. – Ali é a Spiral Hill. – Seguimos mais a direita e foi possível ver uma casa aos pedaços em uma árvore morta no meio de um buraco. – Aqui estamos. A casa da árvore.

— Foi bem rápido, como sabemos que eles estão ai? – Perguntei.

— Lock? – Ela gritou. Ah, ótimo, vamos gritar. – Shock? – Ela continuou, mas ninguém respondeu. – Barrel?! – Ela esperou um pouco. – Onde vocês estão, seus pestinhas?! – Continuou sem paciência.

— Ei acho que isso não vai ajudar muito. – Bunnymund retrucou e tive que concordar.

— Vamos voltar, talvez eles não estejam em casa.

— Mas que criaturas mais horrorosas. – Ouvimos uma voz vindo da casa. – Não dão susto em ninguém.

— Quem é Shock? – Outra voz, mais aguda.

— É aquela adotada do Jack com uns esquisitões. – Adotada?

— E o que eles querem aqui?

— É! O que vocês querem aqui? – Outra voz.

— Queremos conversar com vocês. – Tooth se pronunciou. – Por quê vocês não descem aqui? – Eles riram.

— Não! Não desceremos. – Parecia uma menina falando.

— É! Digam o que querem e vão embora. – Um menino falando, os três riram novamente. Nos entreolhamos.

— Queremos saber se vocês sabem alguma coisa sobre o Pitch. – Bunnymund começou, o silêncio reinou.

— Q-quem mandou vocês? – Era a menina de novo.

— Foi Jack Skellington, Shock. – Lilith disse, consegui ouvir eles gemendo. – E vocês não querem deixar o Jack zangado, querem?

— Não queremos mais saber de Jack. Há alguém mais forte por ai para temer! – Era um dos garotos, ouviu-se um barulho, como se fosse alguém batendo em outra pessoa. Trocamos olhares novamente.

— Boogie Oogie? – Lilith arriscou.

— O velho Oogie? Não. – O mesmo garoto, o mesmo barulho ouvido.

— Cale a boca, Barrel! Ignorem. Não sabemos de nada sobre Pitch, não o vemos há muito tempo. – A menina novamente.

— Não acredito que estejam falando a verdade. – Tooth argumentou.

— Se não acreditam em nós, o problema não é nosso e sim de vocês, agora vão embora! – Era o outro garoto.

— Nós não vamos embora até que nos contem tudo o que sabem. – Era Lilith. – Quem vocês temem?

— A sombra! – Era Barrel provavelmente, o que mais falava e o que mais apanhava ali dentro.

— Sombra? – Indaguei.

— A sombra do Rei dos Pesadelos, anda por ai a mandado de seu novo dono! – Novo dono?

— Barrel! – As outras duas crianças gritaram, mais barulhos foram ouvidos e então uma outra voz ressurgiu do nada, uma voz familiar.

— Crianças enxeridas, não sabem quando é a hora de se calar. Eu deveria estraçalhar vocês. – As crianças começaram a pedir piedade, enquanto na árvore da casa, de sua sombra outra se formou a luz da lua, não era possível ver ser rosto, somente a sua forma e ela lembrava muito a de Pitch. – Calados! Depois cuido de vocês. – Ela fez uma pausa. – Vejam só quem está aqui, na cidade do Halloween. Os Guardiões.

— Pitch? – Arrisquei.

— Que bom que soube reconhecer-me, Frost. – Os outros se assustaram. – Mas não, não é ele, sou apenas a sua sombra.

— Foi você que nos levou até a toca dele? – Bunnymund perguntou.

— Foi.

— Por quê?

— Para o que mais se não destruí-los? Uma pena que as sombras não puderam engolir vocês, neste momento estariam no esquecimento e facilitando o caminho, mas o Man in the Moon tinha que interferir na melhor parte, não é?

— Facilitando o caminho para quem? – Tooth já se elevava no ar e Bunnymund segurava seu segundo bumerangue.

— Em breve vocês o conheceram, por enquanto serei seu porta voz, já que não tenho escolha, não é mesmo? – Ele fez uma pausa. – Não tentem impedir o que está por vir, logo vocês estarão abraçando as sombras tão facilmente quanto eu, é uma questão de tempo. – Levantei meu cajado. – Pitch foi tolo em querer destruí-los através das crianças, elas são muito mais manipuláveis do que ele pensava, meu mestre não cometerá o mesmo erro. Nem vocês e nem mesmo esse "novo" – Levantou os braços ironizando. – guardião serão capazes de o deter. – Bunnymund lançou seus bumerangues que atravessaram a sombra facilmente, ela riu alto. – Sou uma sombra, não podem me atacar, agora se me dão licença, tenho de cuidar dessas crianças.

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Tooth voou em sua direção, e assim como os bumerangues de Bunnymund, atravessou sem causar estrago algum, antes que eu pudesse ataca-lo, duas bolas de fogo o atingiram com mais facilidade, era Lilith. Aproveitei o momento e ergui o cajado em sua direção, senti o frio passar pelo meu corpo e pelo cajado, para em seguido um raio azul atingir a sombra, dessa vez ela conseguiu se esquivar, mas Bunnymund já atirava seus ovos explosivos nela, uma fumaça subiu e assim que se dissipou já não havia mais nada lá.

Mais a cima de nós, na casa da árvore, consegui ouvir os gritos das crianças. Lilith se aproximou mais da árvore, levantou as mãos e fez alguma coisa, seja lá o que fosse uma portinhola se abriu bem embaixo da casa e uma gaiola desceu, Bunnymund e ela entraram, enquanto Tooth e eu, apenas voamos para dentro da casa ao mesmo tempos que os dois subiam pelo elevador.

Ouvi uma risada maliciosa e um ultimo grito. Ambos sumiram logo.

A casa estava uma bagunça, haviam coisas quebradas no chão, e móveis espalhados pelo lugar inteiro.

— Lock? Shock? Barrel? – Lilith chamou-os desesperadamente. – Barrel?! Lock?! Shock?! Não acredito nisso. – Continuei a olhar a casa em busca de alguma coisa. – Temos que voltar para Jack e dizer o que houve aqui, agora. – Não havia nenhum portal como da ultima vez, nenhuma fenda, nem nada do tipo.

— Sim... Temos que falar com North, Cupid e Sandman também. – Tooth completou.

— O que será que aquela coisa poderia fazer com aquelas crianças? – Bunnymund tomava cuidado andando pela casa.

— É a sombra do Pitch, o que ele faria? – Retorqui a pergunta.

— Os aterrorizaria. – Foi sua resposta.

— E como se aterroriza alguém que só quer saber de assustar? – Lilith retrucou também, e aquela era uma excelente pergunta.

❄❅❆❆❅❄

Voltamos para a cidade, deixando a casa da árvore para trás. Não havia nada ali que pudesse nos ajudar a ajuda-los e nem eles poderiam nos ajudar agora, mas tínhamos conseguido coisas interessantes, visita-los não foi uma perda de tempo como tinham dito que seria, só que o ainda batia na minha cabeça era o porquê de tudo estar acontecendo tão rápido? Em menos de cinco dias já tinham acontecido vários coisas, como a "morte" de Pitch, o encontro com Cupid, a vinda a Halloween Town e agora mais essa. Alguma coisa estava acontecendo e ninguém sabia o quê, porém aqueles três poderiam saber, até demais, será que esse foi o real motivo para terem sido levados?

Assim que chegamos a casa de Jack, vimos que não tinha ninguém lá. Lilith nos serviu copos com água para beber, nos sentamos a mesa e ficamos em silencio total, cada um refletindo o novo ocorrido, mas aquele clima estava muito chato pra mim.

— Então Lilith, me diga... – Ela se virou para mim. – Você foi adotada pelo esqueleto?

— Você quer dizer pelo Jack? – Eu. Sou. O. Jack. – Sim, mas não gosto muito de falar sobre isso.

— Ah tudo bem... – E o clima ficou tenso de novo, mas como a língua é maior que a boca... – E você já saiu de Halloween Town? Já foi para o nosso mundo?

— Na verdade não, nunca sai daqui.

— E por que não?

— Os cidadãos de Halloween Town são proibidos de ir até o seu mundo, só o Jack.

— Por quê?

— É uma das regras impostas pelo Man in the Moon, até mesmo Jack tem uma regra a cumprir. – A olhei atentamente, esperando que ela continuasse. Depois de um tempo constrangedor, ela continuou. – Ele não pode ter um contato direto com os humanos.

— Nossa, por que isso?

— Você é curioso, não é Jack Frost? – Sorrimos. – Os mais antigos têm regras a seguir. A vez que ele próprio tentou ter um contato mais direto com eles, ele quase foi morto por eles, acho que você deve ter ouvido sobre a experiência dele com seus amigos – Afirmei. Era verdade, aparentemente tinha sido desastrosa. – Jack era mais inocente naquela época, queria fazer algo diferente, mas é o que acontece quando se descumpre uma regra do Man in the Moon, coisas ruins acontecem.

— Você disse que "os mais antigos têm regras a seguir"? Significa que o Cupid também tem uma regra a seguir?

— Provavelmente sim.

— E você sabe qual é?

— Qual é o que? – Falando nele. – Do que estão conversando? – Logo atrás vinham o esqueleto, Sandman e North.

— Sobre...

— Nada demais. – Cortei Lilith. – Onde vocês estavam?

— Viajamos pelas sombras com o Jack, – Por isso ele parecia cansado. – conseguimos chegar a Toca de Pitch. – North respondeu.

— Como assim, conseguiram chegar a toca dele? Ela não tinha sido destruída? – Tooth perguntou.

— Aparentemente não, ela está escondida nas sombras, tudo lá ainda está físico, mas difícil de ver, ainda bem que tínhamos Hiccup para nos iluminar. – O esqueleto explicou, Lilith se aproximou dele.

— Hum, e conseguiram alguma coisa lá? – Interpelei.

— Apenas tentei sentir a energia do lugar e definitivamente tem uma coisa muito estranha lá, uma coisa diferente que eu nunca senti antes.

— Mas e vocês? Como foi lá com as crianças do Boogie Oogie? – Cupid indagou. – Não conseguiram nada né?

— Na verdade, tivemos uma pequena visita de um "antigo amigo" nosso. – Eles ficaram curiosos.

— Quem? – North queria saber.

— Pitch.

— Impossivel.

— Não tínhamos constado que ele tinha morrido?

— E como ele está? Como meu irmão está?

— Ok... Não foi bem o Pitch, foi a sombra dele. – Seus olhos arregalaram, eles se entreolharam, não estavam entendendo nada.

— Explique isso melhor, garoto da neve. Agora. – Cupid exigiu.