Queridos Amigos

Capitulo 29: Jack II


Os homens chegaram apressados, saindo do carro aflitos. As mulheres consolavam Rubi, ouvindo atentamente suas lamentações enquanto chorava, enquanto seguravam suas mãos as acariciando.

— E então? – perguntou Valka, preocupada.

— Ele não estava naquela casa – respondeu Stoico do carro.

A platinada tossiu ao ouvir aquilo.

— Voltamos aqui para pegarmos os outros carros, vamos procurar por ele! Virar a cidade de cabeça pra baixo se for preciso! Não se preocupe, Rubi! Vamos encontrar seu filho!

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— Ele já se foi – sussurrou ela.

Norte caminhou até Arianna.

— Arianna, posso beber um pouco de água por favor? Antes de sair para procurar o meu neto? – perguntou de forma abatida, mas ao mesmo tempo, com certo recato.

— Norte, minha casa é sua! Pode fazer o que quiser!

— Obrigado – respondeu, saiu andando, subiu as escadas e adentrou o recinto.

Soluço, Merida e Rapunzel estavam lá dentro, sentados no sofá. A loira consolada pelos amigos enquanto chorava.

— E então? O que aconteceu? – perguntou a alemã saltando ao ver o idoso passar pela porta.

— Ele não estava lá na casa! – respondeu com a voz alterada.

Caminhou até a geladeira, pegou água, colocou em um copo e bebeu.

— E agora? – perguntou a ruiva, assustada.

— Vamos sair e procurar pelo Jack.

— Vamos com vocês! – disse o castanho.

— Não! Fiquem aqui com as mães de vocês! Isso não é assunto para crianças! – falou com tom sério.

Os três se olharam assustados e preocupados.

O russo bateu suas fortes mãos sobre uma mesa brilhante de madeira, próxima à ele, baixou a cabeça suspirando, pareceu chorar por alguns instantes, mas logo depois se recompôs.

Voltou-se para os jovens à sua direita.

— Me desculpem! É só que...

— Tudo bem, Sr. Norte, a gente entende – disse a germânica.

— Eu sinto que também devo me desculpar por estarem envolvidos nesta situação. Sinto muito que os problemas do Jack também estejam atingindo vocês.

— Não precisa se desculpar por isso – respondeu o norueguês.

— Preciso sim! Vocês não merecem passar por isso! As decisões do meu neto também vai prejudicar vocês.

— Isso até que é verdade – disse a escocesa encolhida e com os braços cruzados.

Os outros dois a olharam, condenando aquela postura.

— E pensar que eu conversei com ele hoje mesmo. Pensei que depois do que eu disse, ele pensaria em vocês também.

— O que o senhor disse à ele? – perguntou a cacheada.

— Uma frase do Pequeno Príncipe. “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.

Os três arregalaram os olhos ao ouvirem aquela alegação, que os atingiu como um soco.

— Norte! Vamos! – chamou Fergus do lado de fora, buzinando seu carro.

Ao ouvir aquilo, despediu-se dos mais novos e saiu correndo.

Soluço, Merida e Rapunzel o viram correr, então, o castanho e a loira voltaram-se para ruiva, que sentiram o olhar pesado.

— Não é culpa nossa o Jack estar fazendo isso! – falou a cacheada.

— Não, não é! – respondeu o de óculos – Mas não podemos abandona-lo!

— Nós o cativamos. Independentemente do que tenha acontecido, ele é nosso amigo!

Os três trocaram olhares. A escocesa curvou-se suspirando, e respondeu: “Eu sei que isso é verdade, ele é nosso amigo, mas o que podemos fazer?! Não dá pra ligar pra ele, e ele também não está naquela casa.”.

— Vamos lá! Pensem! Se vocês fossem o Jack, onde vocês estariam agora? – falou o norueguês.

— É! Onde ele faria isso?!

Pararam para pensar. Todos com os dedos nos queixos delicados, olhando para baixo. Então, a resposta chegou à mente dos três, de maneira óbvia, de tal maneira que se sentiram golpeados.

Olharam-se ao mesmo tempo, com os olhos transparecendo lucidez.

— Então, vamos? – perguntou a celta.

— Mas não vão deixar a gente sair – respondeu o escandinavo.

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— Tem uma porta pelos fundos – falou Rapunzel.

— Espera, vocês tem certeza disso? Nossos pais não vão gostar, e alguns de nós acabamos de fazer as pazes. E fugirmos de novo – questionou o mais novo.

— Pelo Jack, vale a pena – disse Merida.

Os três saíram de fininho, passando despercebidos, e correram em direção ao seu destino de forma desesperada. Pediram um táxi de forma repentina, o veículo fazendo os pneus cantarem.

Entraram, pediram pagaram e indicaram o lugar onde deviam ser deixados.

— Por que também não ligamos para os nossos pais para irem até lá? – perguntou Soluço.

— Porque apesar de ser provável, não há garantia, e nossos pais devem estar olhando os pontos mais prováveis que eles conhecem, e o lugar para onde vamos não é conhecido por isso! Eles não vão dar prioridade só porque estamos pedindo! E não podemos perder tempo.

Jack olhava para baixo, vendo o rio gelado, com as mãos levemente estendidas para os lados. Parte de sua mente o impelia a se atirar, parte o puxava de volta todas vezes que seus pés se aproximavam da borda e o corpo se curvava para frente.

Sua respiração houvera falhado várias vezes, e seu amedrontado coração batia acelerado.

Várias vezes repetia a si mesmo que finalmente teria coragem, mas sempre recuava no último segundo.

Passado um tempo, sentiu que havia parado de tremer, acreditava que finalmente consumaria seu ato final. Sussurrou: “Pai, aí vou eu.”.

Fechou os olhos e começou a caminhar, mas de repente, ouviu alguma coisa.

— Jack! – chamou uma familiar voz feminina ao longe.

O platinado novamente hesitou, afastando-se da borda novamente. Arregalou os olhos azuis assustado, e olhou na direção de quem o chamava.

Não acreditou quando viu Rapunzel com seus cabelos trançados e casaco violeta, Soluço e Merida com seus casacos verdes, todos usando cachecóis vermelhos. Correndo em sua direção.

E lá estavam os quatro, na mesma ponte onde o pai de Jack, tivera seu fim decretado.

— Rapunzel?! Soluço?! Merida?!

— Não se aproximem! – falou estendendo a mão com a palma aberta na direção deles quando ficaram cerca de três metros de distância do mesmo, desequilibrou-se por um instante, mas se manteve pé, embora mantivesse os pés na borda oposta a de seus amigos.

Obedeceram-no.

— Tudo bem! Tudo bem! A gente não vai se aproximar! Não vamos chegar perto! – disse a loira, fazendo o mesmo gesto que o russo – Só não pula! Por favor!

— Jack! Desce daí! Pelo amor de Deus! O que é que você tem na cabeça?! – gritou a ruiva.

— Jack! Por favor! Vem com a gente! Você precisa de ajuda! – falou o castanho.

Enquanto falavam, caminhavam do outro lado da ponte, arrastando os dorsos nas pedras congeladas, querendo ficar defronte com aquele com quem conversavam. A alemã estava à direita, a escocesa ao meio e o norueguês à esquerda. Bem espaçados uns dos outros, pisando na neve, olhando o russo de baixo, os corações amedrontados, e as mentes sufocadas.

— É verdade – prosseguiu a germânica com voz suave – Desce daí, que nós vamos ligar para o Dr. Benjamin e marcar uma consulta.

— Parem com isso! Eu não quero que sintam pena de mim! – respondeu o eslavo raivoso e bufando.

Os três deram um breve recuo ao notar aquela reação. Os rostos assustados, os ombros saltados.

— Sentir pena?! Jack, somos seus amigos! Não estamos fazendo isso por pena, estamos fazendo isso porque nos importamos com você – disse Rapunzel.

— Não parecia que se importavam comigo quando foram embora sem nem me falar nada!

— Mas que droga, Jack! Você é um egoísta! Está aqui só por causa daquilo! Nem se preocupou em como isso atingiria sua mãe! Ela está chorando agora, sabia?! Quem é você pra dizer que não nos importamos contigo! Você nem liga para como o que você está fazendo agora pode nos afetar! – gritou a celta, então caiu em pranto, curvando a coluna, cobrindo os olhos cheios de lágrimas.

Jack ficou surpreso ao notar aquela reação. Por um instante se sensibilizou, mas logo depois assumiu uma postura rígida.

— E daí se eu estou ou não sendo egoísta! São vocês que vão se importar comigo se eu não me importar?!

— É por isso que está fazendo isso? Por se importar com você mesmo?! – criticou Merida enquanto chorava.

— Jack, isso não vai resolver nada. Essa não é a solução pra nada – falou o escandinavo.

— É, eu sei que não é! Nada vai mudar! O mundo não vai parar só porque eu pulei. Vocês demonstraram muito bem isso! Meu avô falou que nossas famílias são amigas agora, vocês seguiram muito bem em frente sem mim!

— Você acha que o nosso mundo não vai parar se você pular?! – questionou a loira gesticulando para si e para aqueles ao lado – Jack! Ele já parou! Nós quase enfartamos quando soubemos o que estava querendo fazer! Nossos pais e o Sr. Norte estão todos desesperados à sua procura! Nossas mães estão consolando a sua mãe agora! Acha mesmo que não estamos sofrendo com essa situação?! Que um dia vamos esquecer este momento?! Ou que vamos olhar para trás e dar risada?!

— Ah, coitadinhos! – falou mudando o tom de voz e colocando as palmas das mãos no peito, uma em cima da outra – Talvez eu deva me esquecer dos meus problemas e do meu sofrimento para dar atenção ao sofrimento de vocês, não é? Afinal, vocês com certeza estão se sentindo muito pior do que eu!

— Jack! – falou a ruiva, se recompondo – Todos mundo têm problemas, e nem por isso as pessoas tomam essa atitude! A Rapunzel foi violada, o Soluço e eu fugimos de casa...

— E eu estava lá pra vocês! Estava lá com uma casa, com teto, comida, água e um cartão pra sanar todas as suas necessidades! Para comprar roupas, comida, dar atenção, conversar, divertir e o que mais precisassem! Mas quem estava lá por mim?

— Jack! Não devemos ser a sua razão pra viver! – respondeu a cacheada – Ninguém deve ser a razão de viver de outra pessoa! Porque nem sempre vamos poder estar lá! Você não pode nos culpar por seguirmos em frente! Você também devia ter seguido! E não por nossa causa! Mas por você mesmo!

— Então é assim?! Se eu estava lá pra vocês, isso não quer dizer nada, mas se vocês não estavam lá pra mim, é problema meu?! E vocês não tem nada a ver com isso?!

— Jack... – falou a alemã.

— Eu não sou o pai de vocês! Eu não tinha a obrigação de acolhe-los ou de gastar o dinheiro da minha família e o meu tempo para sanar as necessidades básicas de vocês! Isso não era obrigação minha!

— Fazer o bem é obrigação de todo mundo! E sem buscar algo em troca! – respondeu a escocesa.

— Merida! Cala a boca! Pelo amor de Deus! – gritou a germânica.

— Não, Rapunzel! Ela tá certa! Eu que fui idiota achando que vocês seriam gratos e retribuiriam tudo o que eu fiz por vocês! Isso é bem feito pra mim!

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O platinado deu as costas para os três, e olhou para baixo novamente, coberto de raiva.

— Jack! – chamou Rapunzel, em tom de choro.

— Se eu ouvir algum de vocês correndo na minha direção, vão se arrepender!

— Jack! Por favor! Não faça isso! – falou Soluço, com voz alterada e lágrimas escorrendo de seus olhos verdes.

— Jack! Por favor! Não! – falou a celta, também chorando.

Seu nome foi repetido várias vezes pelos amigos chorosos, como se fossem crianças desamparadas.

O russo tentava impelir-se para frente, mas seu coração o impedia, sempre puxando-o de volta.

A loira estava desesperada, seus olhos verdes jaziam aflitos e cheios de lágrimas. Seu coração apreensivo, a mente bagunçada buscando o que poderia fazer. Então, teve uma ideia.

— Jack! Como é que você se sente?

Ao ouvir aquilo, o eslavo parou e recuou. Era a mesma pergunta que fazia aos amigos em meio ao sofrimento. Aquilo parecia nunca haver acontecido antes. Tirando Elsa, que se via distante, nunca houvera falado a ninguém a respeito de suas dores antes, não perderia aquela oportunidade.

Virou-se novamente para os três, com os olhos arregalados. Seu rosto antes frio e raivoso, mudou totalmente, contorcendo-se, avermelhando-se e começando a chorar.

— Eu me sinto sozinho! – falou com a voz alterada – Eu perdi o meu pai! E sinto que nunca, ninguém vai se importar comigo da mesma forma que ele se importava, nem mesmo a minha mãe.

— Você não devia tê-lo perdido tão cedo! – respondeu a alemã, ainda chorando.

— Ninguém devia perder um pai tão cedo! – respondeu o eslavo, e prosseguiu – Eu sei que ninguém nasce sabendo ser pai, mas parecia que meu pai sabia, tanto é que às vezes era ele quem ensinava minha mãe o que era pra fazer. Eu sei que a minha mãe também não nasceu sabendo, e que teve que aprender da pior maneira possível, e que ela não sabia como ser mãe de um menino. Em parte, eu não a culpo, mas eu também precisava dela! Eu sinto que só precisava ter certeza que ela me amava, e no fundo eu fiquei feliz quando ela me disse isso hoje daquele jeito! Eu não queria magoá-la, nem fazê-la chorar!

— Não precisa fazer isso! – falou Merida, também em lágrimas.

— Meu avô nunca esteve lá! Eu até acho que ele seria uma boa figura paterna, mas ele sempre está ocupado com outras coisas. E as minhas irmãs! Ah, como eu as amo, mas nenhuma delas pode ser pra mim aquilo que eu preciso... Eu queria me despedir delas de uma forma mais adequada, mas elas não merecem esse trauma.

— Você também não merece passar por isso, Jack! – falou Soluço, tirando os óculos e limpando a umidade de seu rosto.

— E aí chegou vocês! No início eu não queria vocês lá, mas com o tempo, eu aprendi que vocês também eram boas pessoas, com suas qualidades e seus defeitos, talentos e problemas, e eu nunca fui tão feliz quanto no período em que eu convivi com vocês! – sorriu um pouco ao abrir o coração.

Os que aguardavam logo abaixo sorriram também.

— Mas tudo acabou! – falou reavendo a expressão triste, mas mesmo assim, sentiu o coração mais leve – E de novo, eu fiquei sozinho.

— Jack! É verdade! Tem razão! Nós abandonamos você! E foi um erro da nossa parte! Nos perdoe! – disse a germânica, dando um passo à frente.

Jack não reagiu àquilo. Então, os três sentiram-se seguros o bastante para se aproximar.

— Você nos ajudou com nossas adversidades, sempre esteve lá pra gente – falou a ruiva, mais calma – Não devíamos ter abandonado você só porque você tinha expulsado a gente. Até porque no início nem queríamos ficar perto uns dos outros. Nos perdoe.

— Você é nosso amigo, Jack. Você é meu melhor amigo! Ouviu? Meu melhor amigo! Nos perdoe... Deixe-nos ajudar você com os seus problemas!

O platinado arregalou os olhos diante daquelas alegações. Por um instante, cogitou descer do corrimão.

— Não... Não façam isso... Ainda que eu perdoe vocês, nada no mundo vai garantir que vocês realmente vão estar lá quando eu precisar. E também, eu também devia me desculpar antes de pular. Se eu fosse viver mais, não poderia prender vocês à mim. Vocês tem direito à liberdade, e eu tenho que respeitar isso, não posso arrastar vocês para os meus problemas. E vocês não devem escolher se envolver neles. E eu também quero muito me reencontrar com meu pai – falou olhando para a água sobre o ombro.

— Jack! Não! Por favor! Não pule! – falou a cacheada.

— Jack! Espera! – falou o norueguês – Escuta, eu sei que você quer se encontrar com seu pai, mas veja bem! Eu tenho estudado filosofia e teologia com a Rapunzel, e... Escuta, eu existo, mas poderia nunca ter existido, mas se existo é porque alguém exterior a mim me criou, que no caso foram os meus pais. Da mesma forma, meus pais existem, mas poderiam nunca ter existido, mas se existem é porque alguém exterior à eles os criou, que no caso foram meus avós. Se observarmos isso de forma retroativa, em um momento vamos chegar ao questionamento que é, o universo existe, mas poderia não ter existido, mas se existe é porque alguma coisa exterior ao universo o criou. Os gregos sabiam que o mundo era feito de causas e consequências, e sabiam que era necessário uma causa primária que desse origem à tudo, e os cristãos chamaram isso de Deus. É um argumento a favor de que há um Deus e que Ele criou o universo. E se há um Deus, também deve existir um céu, um purgatório, e um inferno, e nada no mundo garante que você se encontre com o seu pai, ele pode estar no céu, mas você pode ir para o... – foi interrompido pela escocesa bateu nele com as costas da mão em seu peito, com força, lançando um olhar de reprovação, Rapunzel compartilhando do mesmo sentimento e do olhar.

O escandinavo se confundiu no mesmo instante, mas depois conseguiu reaver o raciocínio e disse: “Escuta! O que eu quero dizer é o seguinte! Você não tem certeza do que vai encontrar do outro lado da ponte!”.

— Também não sei o que vou encontrar deste.

— Mas sabe que do outro lado o fim será certo! O fato é que... Deste lado, existem muito mais possibilidades! A vida oferece muito mais chances!

— É! – falou a celta – Vocês está diante de uma escolha Jack, a vida ou a morte. Desse lado está a sua mãe, suas irmãs, seu avô, a Elsa, a Anna... A gente! – falou pegando a mão dos amigos – Escolha a vida!

— Jack! Você está aí já tem bastante tempo. Sabe que no fundo, você quer viver! Se não já tinha se jogado! Então, por favor! Volta com a gente! – implorou Soluço.

— Jack, o Sr. Norte nos falou que te disse uma frase do Pequeno Príncipe pra você a nosso respeito – disse a loira, Jack franziu o cenho ao ouvir aquilo – Mas aquilo que ele falou também se aplica a nós. Também temos responsabilidades sobre você.

— E prometemos que nunca mais vamos te abandonar de novo – falou Soluço.

— E estaremos lá para o que precisar – falou Merida – E por escolha nossa. Não por pena.

— Lembra de outra coisa que a Raposa falou para o Pequeno Príncipe? – perguntou a alemã.

— O quê?! – perguntou o platinado, comovido.

— “Tu não és para mim senão uma pessoa inteiramente igual a cem mil outras pessoas. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas se me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo.”

O russo manteve os olhos arregalados, a boca aberta, e o coração tocado por aquelas belas palavras.

Os três seguiam a olha-lo sorrindo. Até que então, caíram de joelhos.

— E você nos cativou, Jack – disse a ruiva – Cativamos uns aos outros.

— Somos insubstituíveis uns para os outros. Você também é insubstituível para nós – falou o castanho.

— Precisamos uns dos outros – falou a germânica – Precisamos de você!

— Lembra de quando eu falei da Akai Ito? – perguntou o norueguês.

— O fio vermelho do destino?! Sim – respondeu o eslavo.

— É uma lenda romântica. Mas talvez fosse mesmo o destino. Talvez você devesse encontrar a Elsa. Talvez eu devesse encontrar a Merida. Mas talvez, também fosse o destino encontrarmos uns aos outros. Isso explicaria porque nos encontramos na porta daquela casa. Talvez Deus nos queira unidos. E não separados.

— Mas não tem como estarmos sempre unidos – disse Jack – Somos de países diferentes, gerenciaremos empresas diferentes, teremos família e em algum momento vamos nos afastar. E eu temo perder vocês.

— Jack! Você não vai nos perder! Você vai sempre estar no nosso coração! Assim como nós também sempre estaremos no seu! – falou Rapunzel.

— Estaremos no coração uns dos outros – falou a cacheada, apertando as mãos dos amigos.

— É! A lenda diz que o fio pode embaraçar, torcer e se misturar com outros, mas nunca poderá se partir. E em algum momento, as pessoas irão se encontrar – falou o de óculos.

— É! Fala sério! Nós cantamos juntos, dançamos juntos, até lutamos juntos! Conhecemos os problemas, sentimentos e vida uns dos outros! O nosso laço é inquebrantável! – falou a escocesa, quase chorando novamente, emocionada.

— Jack, o Soluço também me contou dessa lenda – falou a loira – E eu criei estes cachecóis que estamos usando em referência à ela. Fiz um pra você também. E queria dar ele pra você em algum momento!

Jack sentiu um calor aquecer o coração ao ouvir aquelas palavras.

— Jack – chamou a alemã novamente – Soluço e eu estamos estudando Filosofia e Teologia. E segundo a Teologia, amor é a força que nos impele a fazer o bem. E é por isso que estamos aqui. Porque queremos o seu bem. Porque te amamos.

— Te amamos – falou a celta.

— Te amamos – falou Soluço, com certa relutância, mas com sinceridade na voz.

Soluço e Rapunzel ergueram a mão livre em direção ao amigo sobre o corrimão. Merida seguiu segurando a mão dos dois. O três ainda de joelhos.

Passaram alguns instantes silenciosos. Com os quatro se observando. O platinado mudo e perplexo diante daqueles eventos.

— Vamos pra casa, Jack! – falou a germânica.

O russo seguiu estático sobre a ponte, contudo, transparecia certo alívio. Seu pé direito se ergueu lenta e levemente na direção dos amigos. Os três sorriram ao ver aquilo.

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Então, a terra tremeu. Assustando a todos, que perderam o equilíbrio sobre a pedra. Mas os que estavam ajoelhados apenas caíram apoiados nas mãos. Contudo, a ponte expulsou o eslavo de seu corrimão, atirando-o no água alguns metros abaixo.

Jack caiu para trás gritando desesperado, e o terror tomou conta de seu coração.

Soluço, Merida e Rapunzel ergueram correndo até onde ele estava, chamando seu nome, aterrorizados.

Olharam para baixo, e ficaram parcialmente aliviados quando viram seu amigo russo nadando na água, indo em direção à coluna de pedra, agarrando-se a mesma.

— Socorro! – gritou lá debaixo.

—Aguenta aí Jack! Já estamos indo! – falou o castanho antes dos demais começarem a correr.

Saíram da ponte, e saltaram diversos obstáculos para chegar até a borda daquele rio congelado.

Por um lado o gelo estava fino, então não podiam ir andando até lá para puxarem o amigo, por outro, a queda do platinado fizera a solidez da água se partir, permitindo alcança-lo a nado.

O eslavo seguia agarrado à coluna velha, com a água escura e gelada batendo em seu peito, parecia apenas um borrão azul em meio ao branco do inverno em evidência no restante do grande rio.

Os três levaram alguns minutos para chegar até a borda do rio, que era cheia de minúsculas pedras cinzentas, com algumas poucas plantas por perto.

A ruiva já tirava o casaco e quaisquer outras peças de roupas que poderiam atrapalha-la a nadar, atirando-as com força contra o chão à sua esquerda.

— Espera! Merida! O que vai fazer? – perguntou o castanho.

— O que acha?! Vou até lá e trazê-lo até aqui!

— Mas pra isso você tem ser um nadador profissional! – respondeu a loira.

— Eu fiz aula de natação por cinco anos e ganhei a medalha de ouro nos últimos três anos consecutivos! – respondeu antes de pular.

Seu corpo levantou uma razoável quantidade de água ao atingir o rio. Sentiu o frio sufocante envolver seu corpo sem misericórdia e começou a nada em direção ao amigo.

— Aguenta aí, Jack! – gritou enquanto nadava para o mesmo.

Jack seguia agarrado à coluna o melhor que podia, fazendo força em seus músculos jovens, ao mesmo tempo em que os sentia congelar. Fechava os olhos com medo, e rezava, arrependido de estar ali.

— Me ajuda! – gritou com medo.

No meio do caminho, a castanha notou porque o platinado estava tão assustado. A correnteza era muito forte, e o estava puxando. Teve que mergulhar algumas vezes para escapar de alguns pedaços de gelo que poderiam acertar sua cabeça. A tarefa estava se revelando mais difícil do que parecia.

De longe, da borda, o norueguês e a alemã seguiam olhando de longe, preocupados, torcendo em silêncio pelo sucesso da escocesa.

A celta pensou em desistir e voltar, mas durou apenas um instante, foi viu o amigo olhar para ela com seus olhos azuis, cheios de medo, mas ao mesmo tempo, de fé. Decidiu que tinha que salva-lo, custe o que custasse.

Nadou com toda a inteligência e com toda a força que possuía. Era difícil pois não conseguia nadar em linha reta, então tornava a tarefa mais demorada e cansativa. Mas fosse como fosse, estava finalmente chegando perto do amigo.

De repente, o russo sucumbiu ao frio e à fadiga, e soltou a coluna da ponte, sendo levado inconsciente pela correnteza.

— Jack! – gritou a germânica ao longe.

— Não! – gritou Merida, e submergiu na água.

O escandinavo ficou com medo ao ver o ocorrido. Seus olhos azuis arregalados, e um arrepio gelado subindo por sua espinha. Da mesma forma Rapunzel.

Porém, a ruiva conseguiu emergir da água, e ainda abraçando o eslavo por trás, fazendo seu rosto desacordado se manter fora da água.

Os dois que aguardavam na terra firme gritaram alegres e se tranquilizaram ao ver aquilo.

— Vem Merida! Agora é só trazer ele pra cá! – gritou a loira sorridente.

A cacheada fez o máximo de esforço para a nadar de costas e contra a correnteza, mas estava cansada e com muito frio. Era evidente em seu rosto que já havia chegado ao seu limite.

— Ah, pessoal! – chamou a escocesa assustada ao notar que não conseguia mais nadar.

— Essa não! Soluço, segura aqui! – falou a alemã entregando suas peças de roupa para o mesmo.

— Espera! Não! Rapunzel! Deixa que eu vou!

— Não! Soluço! Escuta! Merida e eu somos mulheres, temos mais gordura corporal, então somos mais resistentes ao frio, então fica aqui e aguarda a gente voltar com o Jack!

Falou, e então também se jogou na água, sendo visto por Soluço, que ficara ali, segurando as vestes.

A germânica nadou do modo que conhecia. Indo da maneira mais rápida possível até os amigos. Deixou-se ser levada pela correnteza para chegar até eles mais rápido.

— Segura minha mão! – gritou ela para a celta.

Merida levou a mão esquerda até a dela, mas sem querer, deixou o eslavo escarpar. Jack submergiu novamente.

— Não! – gritou a ruiva, seu coração se contorceu de medo e arrependimento por um instante, mas conseguiu lançar a mão direita e alcançar o pulso dele antes que fosse para longe – Segurei ele! Podemos ir! E rápido! – falou para Rapunzel.

As duas começaram a nadar com as pernas magras e femininas. Conseguiram lutar contra a correnteza, mas à medida que faziam, sentiam as forças serem extraídas de seu corpo.

Estavam prestes a conseguir fugir da força da água, mas as forças da loira sucumbiram antes disso.

— Soluço! Por favor! Ajuda! – implorou amedrontada, de longe.

O castanho assustou-se ao ouvir o pedido. Jogou as roupas da amiga no chão, e tirou as dele. Então pulou.

Não queria submergir a cabeça, uma vez que também poderia perder os óculos na água e assim ser impedido de enxergar. Conseguiu chegar o mais rápido possível até as amigas, mantendo-se fora da correnteza, e Rapunzel e Merida conseguiram se manter no mesmo lugar.

O de óculos estendeu a mão, fazendo o mesmo gesto que a amiga. Os dedos estavam quase alcançando uns aos outros. Então, a loira sucumbiu, e não conseguiu alcançar a mão do norueguês.

— Não! – gritou ele, o coração amedrontado e com poucas esperanças.

Sua mão ainda se lançou sobre onde ela estava, tentando a agarrar algo, e para sua surpresa, agarrou. O rosto do escandinavo foi puxado para baixo, forçando-o a submergir na água.

Debaixo do rio, olhou para o que segurava, e ficou surpreso ao notar que era cabelo. Depois seus óculos fugiram de seu rosto e o abandonaram para sempre. Sentiu que o que quer que segurasse, estava sendo puxado com muita força pela correnteza, mas de repente, pareceu começar a nadar em sua direção.

Sua mente afiada não demorar a constatar o que havia acontecido, e começou a nadar também, em direção à borda.

E assim ficaram os quatro. Debaixo da água gelada, envoltos pela escuridão azul. Soluço puxando Rapunzel pelos cabelos que haviam se soltado de suas tranças. A loira puxando Merida pela mão. E a ruiva segurando Jack desacordado pelo pulso. Todos lutando contra a força demoníaca da água, prendendo a respiração, já com pouco fôlego, batalhando para salvar a vida do amigo.

Não sabiam quanto tempo exatamente havia se passado. Lutar pela vida parecia ser uma eternidade, mas depois de muito esforço. O castanho finalmente conseguiu emergir da água, na parte rasa, recuperando o fôlego, puxando a alemã pelos seus longos cabelos dourados. À qual segurava a cacheada, que segurava o platinado, e agora o puxava desacordado, segurando-o debaixo de seus ombros.

— Pessoal, ajuda aqui! – falou ela exausta, pedindo para que a ajudassem a colocá-lo na terra firme, molhando as pedrinhas ali.

Depois de bastante esforço, conseguiram deitá-lo de costas. E Jack ficou ali, inconsciente, ensopado e estático.

— Ele está bem? – perguntou o norueguês, tentando forçar os olhos a enxergarem da melhor maneira possível.

A germânica o olhava preocupada, com o cenho, levemente franzido. Colocou a mão levemente próximas às narinas do platinado.

— Não está respirando!

Colocou a mão em seu pescoço, em busca de uma veia. Ao ver aquilo, a escocesa deitou o ouvido sobre o peito do russo, na região do coração, não ouviu nada.

— O coração dele também não está batendo!

— Têm certeza? – perguntou o escandinavo, olhando preocupado para as duas.

— É verdade! Ele não tem pulso! – falou Rapunzel.

Os três olharam estáticos para o garoto inconsciente, um terrível sentimento de perda tomou conta deles. Aquilo definitivamente não precisava ter acontecido. Sabiam que o eslavo nem sequer queria mais se jogar da ponte.

O casal longo entrara em um estado instantâneo de luto, mas demorariam um pouco para reaver as forças para finalmente começar a chorar.

Mas Rapunzel seguia a observar Jack em silêncio, uma mecha de seu cabelo dourado caíra enquanto o olhava.

— Pessoal – chamou, e os dois a olharam sem responder – Por acaso sabem alguma coisa sobre reanimação cardiopulmonar? – perguntou olhando-os.

Os três ficaram estáticos por mais um instante, olhando uns aos outros, e depois, reagiram todos ao mesmo tempo, de forma brusca.

Abriram a blusa do platinado.

— Merida, faz massagem cardíaca nele, que eu faço respiração boca a boca! – disse falou a loira.

Começaram. Soluço as observava de lado, vendo se o russo reagia de alguma forma. Torcendo para que acordasse. Seu rosto balançando devido aos procedimentos.

A alemã precisou corrigir a celta algumas vezes, mas seguiram de forma a realizar os primeiros socorros de forma precisa, apesar do desespero que começava a tomar conta de sua mente.

Cada segundo pareciam horas, e o processo era cansativo. Devido ao aquecimento do e o terror que contaminava suas jovens almas, se esqueceram de todo o frio, e que ainda não haviam vestido seus casacos.

Merida já havia começado a suar, e notou que a germânica já estava começando a perder o fôlego. Parou para pensar como tudo aquilo havia acontecido. Um tremor de terra totalmente inesperado o atirou na água. Será que o destino queria o fim do eslavo. A dúvida havia surgido no espírito de todos ali.

A ruiva recordou-se de algo que Rubi houvera dito, então repetiu: “Os fortes fazem o que devem fazer, os fracos aceitam o que devem aceitar.”.

Enquanto trabalhavam, os outros dois a observaram dizer aquilo. Se olharam, com certa satisfação ao notar como aquilo se aplicava à eles.

Então, juntos os três começaram a repetir aquelas palavras. Trabalhando para salvar a vida de Jack, que seguia inconsciente.

Foi algo bastante motivador, fez com que Rapunzel e sua amiga cacheada conseguissem passar mais tempo realizando suas respectivas atividades. Os músculos e pulmões de ambas suportando toda a força que faziam.

— Vem, Merida, é uma tarefa cansativa, vamos trocar – disse a loira.

Assim fizeram. O castanho virou o rosto, pois não queria ver a namorada encostando nos lábios de outro. Mas seguiram adiante.

A motivação ainda as contaminava, mas esta começou a se partir quando notaram que apesar de seus esforços, o platinado ainda não acordava.

A mente dos três, antes enevoada pela fadiga e pelo frio, começaram a notar o risco de que o russo jamais acordaria. Começaram a temer que seus esforços fossem em vão, e nunca mais vissem o amigo bem.

A alemã começou a cantar baixinho.

Brilha linda flor

Teu poder venceu

Traz de volta já

O que uma vez foi meu

Cura o que se feriu

Salva o que se perdeu

Traz de volta já

O que uma vez foi meu

O que uma vez foi meu

Aquilo já significava uma derrota. Há muito tempo a germânica não entoava aquela canção.

Rapunzel começou a chorar enquanto empurrava suas mãos unidas contra o peito do russo. Os olhos fechados, as lágrimas brilhantes escorrendo e caindo de seu rosto delicado, a face alva contorcida e vermelha, pranteando baixo e gemendo de boca aberta. Mas não parava.

Ao notarem aquilo. A cacheada e seu amado também começaram lentamente a chorar. O norueguês enxugando as lágrimas, tentando manter um recato de força e firmeza.

A loira já havia perdido sua pose. Até mesmo parou de fazer a massagem cardíaca para se lamentar e enxugar o rosto.

— Rapunzel, vai descansar, deixa que eu continuo – falou ele.

A alemã obedeceu e saiu, mas não queria ficar sem fazer nada para ajudar, então caminhou e deitou-se de bruços sobre o chão, deixando a boca próxima ao ouvido direito do eslavo inconsciente, e começou a falar.

— Jack! Me escuta! Se pode me ouvir então segue o som da minha voz e volta pra gente! Você tem que viver! Pra ver a sua mãe outra vez! Pra ficar com as suas irmãs! Pra ver a Elsa de novo! Pra brincar e fazer besteira com a gente! Pra tocar piano, ler um livro, assistir um filme, comer porcaria, tomar sorvete... Pra viver e amar! Pra chorar e sorrir! Pra dar risada e fazer as pessoas se divertirem como você sempre faz! – ergueu-se, viu o rosto ainda desacordado de Jack, notando que não houve nenhuma reação, chorou, deitou-se novamente e seguiu falando – Vai! Acorda! Por favor! Acorda! Acorda! Acorda! Acorda!

Os três choravam, trabalhando sem parar, sentindo os músculos doerem. Começaram a falar junto da germânica. Repetiram até que começaram a gritar.

— Acorda!

— Acorda!

— Acorda!

De repente, um jato de água surgiu da boca do platinado.

A escocesa lançou- se para trás, da mesma forma o escandinavo. Rapunzel ajoelhou-se com os pés voltados em direções opostas. Colocou a mão no peito, suspirando de alívio.

O russo arregalou seus assustados olhos azuis. Virou-se sobre o chão, colocando-se de quatro e começou a vomitar uma grande quantidade de água gelada.

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Seus amigos por fim paravam de chorar, observando-o enquanto enxugavam suas lágrimas.

O eslavo ainda tossia, expelindo o restante de água que estavam dentro dele e no lugar errado.

Quando terminou, ajoelhou-se, e enxugou a boca com a manga do casaco, olhando para baixo, enquanto recuperava o fôlego. Lentamente, olhou para os amigos à sua esquerda, que o observavam assustados, mas com transparecendo certo alívio.

Ficou em silêncio e envergonhado por toda aquela situação. Tudo o que conseguiu dizer foi: “Desculpa”.

Os demais não responderam nada, apenas avançaram sobre o mesmo, o abraçando. Jack não envolveu ninguém, apenas permitiu que os amigos o envolvessem em um abraço quente e confortável. Todos de joelhos.

Depois daquele momento, todos deitaram-se no chão, exaustos e aliviados. Formando uma flor de quatro pétalas, as cabeças quase se encostando. Todos de olhos fechados, recuperando as forças.

Permitiram-se até mesmo sorrir, afinal, aquele episódio terrível finalmente havia acabado, e todos estavam bem.

De repente, o cenho alvo do platinado se franziu, notando algo, recolheu as pálpebras e perguntou com os olhos voltados para os amigos: “Algum de vocês tinha celular à prova d’água?”.

Os demais arregalaram os olhos, notando que não teriam como ligar para que alguém os buscasse. Se atreveram a soltar um riso.

— Me desculpem, eu peço para o meu avô comprar um celular novo pra vocês.

— Não precisa – respondeu Merida.

Ergueram-se, pegaram suas peças de roupas do chão, e começaram a caminhar em direção à casa de Rapunzel.

Finalmente se deram conta do frio intenso, então começaram a caminhar juntos, se protegendo mutuamente com o próprio calor.

Enquanto caminhavam por um longo caminho, notaram que uma clara luz branca no céu começava a espantar a escuridão.

Aqui vou eu, aqui vou eu

Here I go, here I go

Me sinto melhor agora, me sinto melhor agora

Feel better now, feel better now

Aqui vou eu, aqui vou eu

Here I go, here I go

É melhor agora, me sinto melhor agora

It's better now, feel better now

Você se lembra de quando caímos?

Do you remember when we fell under?

Você esperava que eu ficasse calmo com trovões?

Did you expect me to reason with thunder?

Eu ainda me lembro quando o tempo estava congelado

I still remember when time was frozen

O que parecia para sempre foi apenas um momento

What seemed forever was just a moment

Depressa, depressa

Hurry up, hurry up

A espera acabou

There's no more waiting

Nós ainda valemos a pena para sermos salvos

We're still worth saving

Sinta a luz

Feel the light

Brilhando na escuridão da noite

Shining in the dark of night

Lembre-se do que esquecemos

Remember what we forgot

Eu sei que é pedir muito

I know it's a long shot

Mas estamos trazendo tudo de volta, estamos trazendo tudo de volta

But we're bringing it all back, we're bringing it all back

Sinta a luz

Feel the light

Brilhando como as estrelas esta noite

Shining like the stars tonight

Lembre-se do que esquecemos

Remember what we forgot

Eu sei que é pedir muito

I know it's a long shot

Mas estamos trazendo tudo de volta, estamos trazendo tudo de volta

But we're bringing it all back, we're bringing it all back

Aqui vou eu, aqui vou eu

Here I go, here I go

Me sinto melhor agora, Me sinto melhor agora

Feel better now, feel better now

Aqui vou eu, aqui vou eu

Here I go, here I go

Me sinto melhor agora, Me sinto melhor agora

It's better now, feel better now

Eu ainda me lembro quando as coisas estavam quebradas

I still remember when things were broken

Mas juntos, nós fechamos as rachaduras

But put together, the cracks will close in

Depressa, depressa

Hurry up, hurry up

Não há mais espera

There's no more waiting

Nós ainda valemos a pena para sermos salvos

We're still worth saving

Sinta a luz

Feel the light

Brilhando na escuridão da noite

Shining in the dark of night

Lembre-se do que esquecemos

Remember what we forgot

Eu sei que é pedir muito

I know it's a long shot

Mas estamos trazendo tudo de volta, estamos trazendo tudo de volta

But we're bringing it all back, we're bringing it all back

Sinta a luz

Feel the light

Brilhando como as estrelas esta noite

Shining like the stars tonight

Lembre-se do que esquecemos

Remember what we forgot

Eu sei que é pedir muito

I know it's a long shot

Mas estamos trazendo tudo de volta, estamos trazendo tudo de volta

But we're bringing it all back, we're bringing it all back

Vocês e eu podemos ter tudo esta noite

You and I can have it all tonight

Então, vamos trazer isso de volta à vida

So let's bring it back it to light

Agora nós temos outra chance de voar

Now we have another chance to fly

Outra chance para fazer direito

Another chance to make it right

Sinta a luz

Feel the light

Brilhando na escuridão da noite

Shining in the dark of night

Lembre-se do que esquecemos

Remember what we forgot

Eu sei que é pedir muito

I know it's a long shot

Sinta a luz

Feel the light

Brilhando como as estrelas esta noite

Shining like the stars tonight

Lembre-se do que esquecemos

Remember what we forgot

Eu sei que é pedir muito

I know it's a long shot

Mas estamos trazendo tudo de volta, estamos trazendo tudo de volta

But we're bringing it all back, we're bringing it all back

Aqui vamos nós, aqui vamos nós

Here we go, here we go

Me sinto melhor agora, me sinto melhor agora

Feel better now, feel better now

Aqui vamos nós, aqui vamos nós

Here we go, here we go

Estou melhor agora, me sinto melhor agora

It's better now, feel better now

Rubi seguia chorando na casa de Arianna, a cabeça baixa e o rosto infeliz, parte si já considerava se contentar com aquilo, porém, estava totalmente destruída por dentro.

Suas amigas jaziam em silêncio, consolando-a, acariciando as costas de suas mãos delicadas, ou seus joelhos, sentadas ou ajoelhadas ao seu redor, olhando-a de baixo.

Já estava amanhecendo, e o sol brilhava forte por de trás das nuvens.

Valka notou a ausência de seu filho, e se atreveu a parar de olhar para a platinada com empatia para procura-lo ao seu redor. Sabia que não estaria na casa, pois se estivesse, não estaria sem ele naquele momento.

A primeira vista não encontrou nada. Viu um bando de pessoas molhadas caminhando uma ao lado das outras, morrendo de frio. Ignorou-os. Olhou ao redor novamente, agora terrivelmente preocupada. Ao notar que aqueles desconhecidos de cabelos molhados defronte à casa se aproximavam, olhou-os com mais atenção. Poderiam ser mais vagabundos querendo fazer o mal, talvez vinculado aos chefes de gangues que os atacaram.

Ergueu-se, colocando-se diante das outras mulheres, pronta para atacar, mas ficou surpresa ao reparar o filho, junto de amada, sua amiga, e de Jack.

Arregalou os olhos e sorriu, caminhou para junto de sua amiga russa e falou apontando: “Valka, olha!”.

As outras duas olharam para a direção apontada e sorriram surpresas.

— Escuta, Val, eu não quero ver nada agora, tá bom? – respondeu de cabeça baixa.

A norueguesa não argumentou, apenas agarrou a cabeça de Rubi suavemente, erguendo-a e forçando-a a olhar para onde devia.

A platinada suspirou, e a princípio resistiu, olhando para baixo, mas logo depois cedeu, realizando uma pequena cortesia em respeito a quem estava ali por ela.

A princípio reconheceu apenas os filhos de suas amigas. Não conseguiu reconhecer o garoto de cabelos brancos. Apertou os olhos, e por fim, notou de quem se tratava.

Arregalou os olhos e a boca, levantou-se da cadeira, derrubando-a. Começou a caminhar lentamente na direção do filho, fitando-o com o olhar.

Os quatro jovens pararam ao longe. O platinado era auxiliado por eles a caminhar, mas pediu silenciosamente para que o deixassem ir sozinho até a mãe.

A russa parou no asfalto, olhando incrédula para o garoto à sua frente. O mais novo caminhava lento e fraco em direção à mesma, mudo.

Apesar de aliviada, ainda remoía o tempo relativamente desperdiçado em que havia estado aflita. No fundo estava alegre, mas estava com medo também, pois sabia que tinha um assunto a resolver, e não sabia como fazer aquilo. Sentia-se culpada por tudo aquilo. Tinha medo do que o russo à sua frente iria falar.

O eslavo chegou até a eslava, olhando-a de baixo.

— Jack, eu... – dizia ela de cabeça baixa.

Mas foi interrompida, porque de repente, Jack pulou e a abraçou, envolvendo seu pescoço.

— Mãe, me perdoa! – falou enquanto escorria uma lágrima de seu olho.

Rubi arregalou os olhos. Não se recordava da última vez que seu filho a houvera abraçado. Demorou alguns segundos, mas respondeu com um abraço apertado.

Ambos começaram a chorar alto, enquanto os demais testemunhavam aquilo sorrindo, e a luz do céu os iluminava fortemente, por entre as nuvens brancas de inverno.

Eu estava apenas caminhando pelo seu bairro

I was only walking through your neighborhood

Vi sua luz ligada, oh querida, no frio eu fiquei parado

Saw you out loud honey in the cold I stood

Qualquer lugar que eu vá, lá está você

Anywhere I go there you are

Qualquer lugar que eu vá, lá está você

Anywhere I go there you are

Tenho me acostumado a acordar com você.

I been getting used to waking up with you

Tenho me acostumado a acordar aqui

I been getting used to waking up here

Qualquer lugar que eu vá, lá está você

Anywhere I go there you are

Qualquer lugar que eu vá, lá está você

Anywhere I go there you are

Lá está você

There you are

Lá está você

There you are

Você é o fogo e a inundação

You're the fire and the flood

E eu sempre sinto você em meu sangue

And I'll always feel you in my blood

Tudo está bem

Everything is fine

Quando sua cabeça está descansando perto da minha

When your hand is resting next to mine

Perto da minha

Next to mine

Você é o fogo e a inundação

You're the fire and the flood

Desde que nos conhecemos eu sinto uma leveza em meus passos

Since we met I feel a lightness in my step

Você está a quilômetros de distância, mas eu ainda sinto você

You're miles away but I still feel you

Qualquer lugar que eu vá, lá está você (em qualquer lugar)

Anywhere I go there you are (anywhere)

Qualquer lugar que eu vá, lá está você

Anywhere I go there you are

Tarde da noite quando você não consegue dormir

Late at night when you can't fall asleep

Eu estarei deitado ao seu lado contando ovelhas

I'll be lying right beside you counting sheep

Qualquer lugar que eu vá, lá está você (em qualquer lugar)

Anywhere I go there you are (anywhere)

Qualquer lugar que eu vá, lá está você (em qualquer lugar)

Anywhere I go there you are (anywhere)

Lá está você

There you are

Lá está você

There you are

Você é o fogo e a inundação

You're the fire and the flood

E eu sempre sinto você em meu sangue

And I'll always feel you in my blood

Tudo está bem

Everything is fine

Quando sua cabeça está descansando perto da minha

When your hand is resting next to mine

Perto da minha

Next to mine

Você é o fogo e a inundação

You're the fire and the flood

“Agora ouça aqui” ela disse

Now listen here she said

“Garoto, quando você souber, você saberá”

Boy when you know you'll know

“E eu sei”

And I know

Você é o fogo e a inundação

You're the fire and the flood

E eu sempre sinto você em meu sangue

And I'll always feel you in my blood

Tudo está bem

Everything is fine

Quando sua cabeça está descansando perto da minha

When your hand is resting next to mine

Perto da minha

Next to mine

Você é o fogo e a inundação

You're the fire and the flood